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MISSÃO NO CARIBE
Menos de 100 mil dos 3,5 milhões de títulos eleitorais foram distribuídos; primeiro turno será em 8 de janeiro
Haiti, de novo, adia eleição presidencial
DA REDAÇÃO
O Conselho Eleitoral Provisório
(CEP) do Haiti adiou novamente
as datas das primeiras eleições gerais após a saída do ex-presidente
haitiano Jean-Bertrand Aristide,
em fevereiro do ano passado.
O primeiro turno das eleições
presidenciais, para as quais há 35
candidatos inscritos, passou do
dia 27 de dezembro para o dia 8 de
janeiro. Já o segundo turno foi
adiado do dia 31 de janeiro para o
dia 15 de fevereiro.
É a quarta data anunciada oficialmente pelo CEP para as eleições presidenciais e legislativas. O
primeiro turno presidencial havia
sido inicialmente programado
para o dia 13 de novembro.
Mas a grande novidade do adiamento de ontem foi que, pela primeira vez, terá de ser mudada
também a data da posse do novo
governo, inicialmente prevista
para o dia 7 de fevereiro, conforme estabelece a Constituição de
1987. Essa data marca o fim da ditadura de 29 anos da família Duvalier. Já as eleições municipais e
locais, inicialmente previstas para
outubro passado, só devem ser
realizadas em 5 de março de 2006,
informou um membro do CEP à
agência France Presse, sob a condição do anonimato.
Título eleitoral
Entre as razões para a decisão de
ontem, o CEP apontou a falta de
equipamentos e de pessoas treinadas para trabalhar nas eleições,
o atraso na distribuição dos títulos eleitorais e a violência em algumas regiões, o que dificulta o
registro dos eleitores.
Segundo informou ontem à Folha Gérard Le Chevallier, chefe da
Assistência Eleitoral da Minustah
(Missão de Estabilização da ONU
no Haiti), dos cerca de 3,5 milhões
de eleitores registrados, menos de
100 mil receberam o título-a distribuição feita até agora foi em caráter experimental.
Outros 2 milhões de documentos estão prontos para a entrega,
mas o restante, perto de 1,5 milhão, ainda não foi impresso -a
manufatura é feita no México.
O outro grande obstáculo, explica Le Chevallier, é preparar o
pessoal para trabalhar nas eleições. Atualmente, apenas 5.000
estão capacitados. O número
ideal, estima, é cerca de 37 mil. Segundo ele, a CEP está arregimentando funcionários do governo
para o trabalho eleitoral.
Com agências internacionais
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