São Paulo, sábado, 26 de novembro de 2005

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MISSÃO NO CARIBE

Menos de 100 mil dos 3,5 milhões de títulos eleitorais foram distribuídos; primeiro turno será em 8 de janeiro

Haiti, de novo, adia eleição presidencial

DA REDAÇÃO

O Conselho Eleitoral Provisório (CEP) do Haiti adiou novamente as datas das primeiras eleições gerais após a saída do ex-presidente haitiano Jean-Bertrand Aristide, em fevereiro do ano passado.
O primeiro turno das eleições presidenciais, para as quais há 35 candidatos inscritos, passou do dia 27 de dezembro para o dia 8 de janeiro. Já o segundo turno foi adiado do dia 31 de janeiro para o dia 15 de fevereiro.
É a quarta data anunciada oficialmente pelo CEP para as eleições presidenciais e legislativas. O primeiro turno presidencial havia sido inicialmente programado para o dia 13 de novembro.
Mas a grande novidade do adiamento de ontem foi que, pela primeira vez, terá de ser mudada também a data da posse do novo governo, inicialmente prevista para o dia 7 de fevereiro, conforme estabelece a Constituição de 1987. Essa data marca o fim da ditadura de 29 anos da família Duvalier. Já as eleições municipais e locais, inicialmente previstas para outubro passado, só devem ser realizadas em 5 de março de 2006, informou um membro do CEP à agência France Presse, sob a condição do anonimato.

Título eleitoral
Entre as razões para a decisão de ontem, o CEP apontou a falta de equipamentos e de pessoas treinadas para trabalhar nas eleições, o atraso na distribuição dos títulos eleitorais e a violência em algumas regiões, o que dificulta o registro dos eleitores.
Segundo informou ontem à Folha Gérard Le Chevallier, chefe da Assistência Eleitoral da Minustah (Missão de Estabilização da ONU no Haiti), dos cerca de 3,5 milhões de eleitores registrados, menos de 100 mil receberam o título-a distribuição feita até agora foi em caráter experimental.
Outros 2 milhões de documentos estão prontos para a entrega, mas o restante, perto de 1,5 milhão, ainda não foi impresso -a manufatura é feita no México.
O outro grande obstáculo, explica Le Chevallier, é preparar o pessoal para trabalhar nas eleições. Atualmente, apenas 5.000 estão capacitados. O número ideal, estima, é cerca de 37 mil. Segundo ele, a CEP está arregimentando funcionários do governo para o trabalho eleitoral.


Com agências internacionais

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