Associated Press

Mãe e filho, 2 dos 27 reféns libertados pelos sequestradores, deixam o avião indiano em Dubai

das agências internacionais

Os sequestradores que tomaram na sexta-feira um avião da Indian Airlines exigiram ontem a libertação de guerrilheiros separatistas do Estado indiano da Caxemira e do religioso islâmico paquistanês Maulana Massoud Azhar, todos presos na Índia.
O premiê indiano, Atal Behari Vajpayee, disse que a Índia não atenderia a nenhuma reivindicação dos sequestradores. "A Índia não se curvará a esses atos bárbaros e não se amedrontará."
A identidade dos homens que desviaram o vôo que partiu de Kathmandu, no Nepal, com destino a Nova Déli (capital da Índia) ainda era desconhecida ontem. Há informações de que eles estariam em cinco. Suas exigências trazem suspeitas de que estejam ligados aos separatistas islâmicos da Caxemira.
Relatos informam que eles já teriam matado cinco pessoas. Uma morte já está confirmada -um dos 27 reféns libertados, dos 189 que originalmente saíram de Kathmandu, estava morto. Eles foram libertados durante uma parada para reabastecimento num aeroporto próximo a Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
A vítima, cuja nacionalidade não foi determinada, tinha 25 anos e voltava de sua lua-de-mel. Dos 27 libertados, 14 eram crianças, 10 eram mulheres e 3 eram homens. Os sobreviventes chegaram ontem a Nova Déli.
Até a noite de ontem, a aeronave estava em um aeroporto de Candahar, no Afeganistão, após ter feito paradas para reabastecimento no Paquistão e nos Emirados Árabes Unidos (veja quadro ao lado).
Os terroristas ameaçavam levantar vôo e derrubá-lo caso não recebessem autorização para ir a Cabul, capital afegã, segundo outro funcionário do aeroporto.
Um porta-voz do Taleban, grupo fundamentalista islâmico que controla 90% do Afeganistão, disse que está transmitindo à ONU as exigências dos sequestradores e que o Taleban não vai mediar as negociações.
Os sequestradores negam-se a deixar o país mesmo diante da negativa do Taleban em dar-lhes autorização para pousar em Cabul e da recusa em conceder a eles asilo político.
O passageiro cujo corpo foi entregue às autoridades em Dubai teria sido morto a facadas. Os reféns libertados dizem não ter ouvido tiros, o que pode tornar as primeiras informações, de que os terroristas estariam fortemente armados, com fuzis AK-47, falsas.
O governo nepalês admitiu ontem que lapsos de segurança no aeroporto de Kathmandu foram os responsáveis por permitir o sucesso do sequestro do avião da Indian Airlines.
"O sequestro desse avião significa definitivamente que houve lapsos de segurança", disse Bijaya Kumar Gachhadar, ministro de Aviação Civil do país. Segundo ele, o governo já iniciou investigações para encontrar os culpados pelo sucesso do sequestro.


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