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ORIENTE MÉDIO
Ofensiva, a dois dias de eleições, foi resposta a disparos de mísseis
Incursão de Israel em Gaza mata 12
DA REDAÇÃO
Em uma grande ofensiva a apenas dois dias das eleições gerais
em Israel, 12 atiradores palestinos
foram mortos ontem em troca de
tiros com o Exército israelense,
que invadiu a Cidade de Gaza em
busca de fábricas de armamentos.
Outros 67 palestinos ficaram feridos na operação. A incursão foi
uma resposta ao disparo de foguetes Qassam, de curto alcance,
em direção à cidade de Sderot, no
sul do deserto do Neguev, perto
de Gaza, na sexta-feira.
Em um outro incidente, um garoto palestino de 7 anos foi morto
e seu irmão de 6 ficou ferido por
tiros do Exército enquanto brincavam perto de um posto militar
nas proximidades do campo de
refugiados de Rafah, no sul da faixa de Gaza, segundo parentes. O
Exército disse que não mantém
forças na área, mas que estava investigando o incidente.
Em Belém, na Cisjordânia, um
burro carregado com explosivos
foi detonado perto de um posto
de controle do Exército, sem causar danos, segundo a polícia.
Israel bloqueou ontem as saídas
da Cisjordânia e da faixa de Gaza.
O ministro da Defesa de Israel,
Shaul Mofaz, advertiu sobre uma
possível "onda de terror" durante
as eleições e disse não descartar
uma possível reocupação militar
de toda a faixa de Gaza, onde vivem 1 milhão de palestinos.
Os ataques à Cidade de Gaza começaram pouco após as 22h de
sábado (18h de Brasília) e terminaram somente ontem de manhã.
Após a retirada das tropas israelenses, cerca de 30 mil palestinos
saíram às ruas em procissão com
os 12 corpos dos atiradores mortos -o maior número de vítimas
em Gaza nos últimos cinco meses.
Segundo os palestinos, apenas
sete das cerca de 130 lojas e empresas destruídas no ataque eram
fábricas de metal. Os militares dizem ter destruído mais de cem
tornos mecânicos usados para fazer armas e descoberto vários foguetes e mísseis antitanques.
"Os israelenses pagarão um alto
preço por cada gota de sangue
derramada na última noite", afirmou Abdel Aziz Rantisi, dirigente
do grupo extremista islâmico Hamas. "Nossa batalha continuará
até que arranquemos pela raiz essa ocupação sionista de nossa terra sagrada, não importa qual seja
o sacrifício", disse.
Os palestinos acusaram o primeiro-ministro Ariel Sharon de
ordenar a operação de ontem em
Gaza -a mais intensa na cidade
desde o início da Intifada (levante
palestino), em 2000- por motivações eleitoreiras. A Liga Árabe,
com sede no Egito, também chamou a incursão de "escalada feita
pelo governo israelense para servir aos seus interesses eleitorais".
Segundo uma pesquisa publicada ontem, o Likud (direita), partido de Sharon, elegeria 30 dos 120
deputados do Parlamento, contra
19 do opositor Partido Trabalhista. O centrista Shinui ficaria com
13 cadeiras.
Em Davos, na Suíça, onde participava ontem do Fórum Econômico Mundial, o secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, disse
que a criação de "um Estado palestino democrático e viável" será
possível em 2005 se os palestinos
"abdicarem do terrorismo". Ele
pediu ainda a Israel a paralisação
nas construções de novos assentamentos judaicos em áreas palestinas. "Quando for criado, o Estado palestino deve ser um Estado
real, não um Estado falso dividido
em milhares de pedaços", disse.
Com agências internacionais
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