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DIPLOMACIA
Vice-presidente dos EUA alerta para risco de envolvimento chinês com doações ilegais
Al Gore discute Asiagate na China
JAIME SPITZCOVSKY
de Pequim
O vice-presidente americano, Al
Gore, disse ontem em Pequim que
as investigações sobre supostas
doações ilegais do governo chinês
ao Partido Democrata não devem
afetar a atual reaproximação entre
EUA e China. Mas se houver provas do envolvimento chinês, a
``questão será bastante séria''.
O diário ``The Washington
Post'' publicou reportagem sobre
um aviso do FBI (polícia federal
norte-americana) a seis políticos
dos Estados Unidos que teriam sido escolhidos como alvo por Pequim para receberem doações ilegais para suas campanhas.
O ``escândalo das doações'',
também chamado de Asiagate, se
ampliou com as acusações de que
os democratas teriam recebido dinheiro de empresários estrangeiros, ligados ao governo chinês. Esses recursos teriam sido usados na
campanha para a reeleição do presidente Bill Clinton, em 1996.
A lei dos EUA proíbe doações de
governos, empresas ou cidadãos
estrangeiros que tenham objetivos
políticos. Ainda não apareceram
provas do envolvimento da China.
Mas o ``escândalo das doações''
desceu como uma ameaça sobre os
esforços de Washington para se
reaproximar de Pequim, a fim de
abandonar a confrontação que
marcou 1995 e o começo de 1996.
Gore discutiu as supostas doações com o premiê chinês, Li Peng.
A China rejeita as acusações.
Gore, que chegou a Pequim na
segunda-feira para visita de quatro
dias, é o mais importante dirigente
norte-americano a vir à China desde o massacre, em 1989, do movimento pró-democracia da praça
Tiananmen, na capital chinesa.
Reaproximação
Sua visita busca acelerar a reaproximação Washington-Pequim.
Gore afirmou que seu encontro de
ontem com o presidente chinês,
Jiang Zemin, serviu para convencê-lo de que a China está disposta
``a abrir mais seu mercado a produtos norte-americanos e está
mais aberta para discutir direitos
humanos'', duas áreas de conflito
entre Washington e Pequim.
Gore disparou uma farpa contra
o governo comunista chinês. Em
discurso a universitários chineses,
disse que o livre debate e ``até
mesmo desafios às instituições''
são instrumentos para a criação de
mundo atual, modelado ``pelas
forças do livre mercado''.
Anteontem, Gore presenciou a
assinatura de dois acordos que
abrem oportunidades para empresas dos EUA na China. A Boeing
acertou a venda de cinco aviões,
enquanto a General Motors selou a
formação de uma joint venture
(empresa mista) para produzir
carros em Xangai.
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