|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
NOVA FRENTE
Maior movimento dos EUA na região tenta abrir passagem para Bagdá e conter turcos
Mil pára-quedistas pousam no norte
DA REDAÇÃO
Cerca de mil pára-quedistas
americanos aterrissaram no norte
do Iraque ontem, no primeiro
movimento de tropas significativo na região a partir da qual os
planejadores da invasão tentam
abrir uma nova frente na guerra
contra Saddam Hussein -e conter as tropas turcas que ameaçam
entrar no Iraque.
Uma unidade da 173ª Brigada
Aerotransportada, baseada em
Vicenza, Itália, foi para o norte do
Iraque ontem à noite, segundo o
tenente-coronel Thomas Collins,
porta-voz da força-tarefa do Exército dos EUA no sul da Europa.
"Este é o começo da frente norte", disse à agência Reuters um
oficial norte-americano. Os pára-quedistas pousaram numa base
aérea no norte do país, cuja localização não foi revelada pelos militares americanos.
Um outro oficial afirmou que
equipamento e armamentos, incluindo tanques e veículos blindados, seriam logon enviados para a
173ª Brigada, conhecida como os
"Soldados do Céu".
O norte do Iraque é controlado
pelos curdos, inimigos do regime
de Saddam Hussein e da Turquia.
Os turcos têm criado atritos com
os EUA ao ameaçar mandar 40
mil soldados para o Curdistão iraquiano. Ancara já tem cerca de
4.000 soldados no norte do Iraque, resquícios de sua guerra contra os separatistas curdos.
O governo da Turquia diz que o
objetivo das tropas é conter um
fluxo maciço de refugiados, como
o que saiu do Iraque em 1991,
após a Guerra do Golfo.
No entanto, os EUA e outros
aliados do país na Otan (Organização do Tratado do Atlântico
Norte) temem que Ancara use sua
força militar na área para esmagar
qualquer onda de separatismo
curdo. O presidente americano,
George W. Bush, acredita que a
presença turca no norte do Iraque
possa desestabilizar a frente norte
da guerra contra Bagdá, causando
incidentes de fogo amigo e, o que
é pior, incitando os curdos
-amigáveis às tropas invasoras- a uma reação armada.
A Turquia chegou a propor
uma zona-tampão militar de 20
km dentro do norte do Iraque,
mas a Otan afirmou que isso só se
justificaria se houvesse uma real
crise humanitária na região. Até
agora, diz, não parece ser o caso.
Collins também não disse se os
soldados haviam partido diretamente da Itália para o Iraque -e
se isso violava os temos da participação italiana na guerra- ou tomado um outro caminho. Apesar
disso, a partida da unidade gerou
controvérsias na Itália, onde há
uma forte de oposição à invasão.
Pressão total
O secretário da defesa dos EUA,
Donald Rumsfeld, disse que o
movimento aumenta a pressão
sobre o governo iraquiano.
"Nós estamos aumentando o
número de tropas no país a cada
dia. Estamos aumentando no
norte, no sul e no oeste", afirmou.
Os oficiais não disseram quantos soldados no total tomariam
parte da frente norte de invasão.
O estabelecimento dessa linha
de ataque a Saddam Hussein era
um elemento importante do plano de guerra dos Estados Unidos,
mas tem sido frustrado por acontecimentos diplomáticos. A idéia
é forçar os militares iraquianos a
lutar em frentes múltiplas, evitando, assim, que o Exército do ditador iraquiano concentre fogo
quase exclusivamente nas forças
da coalizão anglo-americana que
avançam a partir do Kuait.
Uma divisão de alta tecnologia
dos EUA, 4ª de Infantaria, tinha
sido originalmente escalada para
partir da Turquia e liderar a invasão do norte iraquiano. Mas a
Turquia negou aos EUA permissão para lançar tropas a partir de
seu território, forçando os americanos a buscar um arranjo alternativo para a frente norte.
A 4ª Divisão de Infantaria deve
voar para a região do Golfo nos
próximos dias. Entre outras coisas, deve assegurar controle dos
poços de petróleo da região.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Agente de segurança pode lutar Próximo Texto: Conquista de Bagdá é cheia de riscos Índice
|