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FUTURO
Em reunião de cúpula, o britânico teria concordado com um governo civil americano
Bush e Blair discutem pós-guerra
FERNANDO CANZIAN
DE WASHINGTON
Em encontro ontem com Tony
Blair, o presidente George W.
Bush teria convencido o primeiro-ministro britânico de que os
EUA devem controlar totalmente
o Iraque antes de entregar o país a
uma administração respaldada
pelas Nações Unidas.
A reunião ocorreu em Camp
David, a casa de campo da Presidência dos EUA, horas depois de
Bush ter visitado uma base militar, onde disse que a guerra contra
o Iraque está "longe do seu fim" e
que "as batalhas mais duras" ainda estão por vir.
Blair, segundo um correspondente do jornal britânico "The Independent", teria concordado com um governo civil e americano no Iraque comandado pelo general reformado Jay Garner.
Pelo plano dos dois líderes, a
nova administração agiria para
"estabilizar" o país. Só então EUA
e Reino Unido tentariam obter
uma resolução no Conselho de
Segurança da ONU para que o órgão administrasse o Iraque e liberasse fundos para a reconstrução.
O fato de a França e a Rússia terem se posicionado contra uma
resolução na ONU para autorizar
a guerra contra o Iraque teria pesado nos argumentos de Bush para que Blair aceitasse a proposta.
Hoje, os dois líderes devem dar
uma entrevista detalhando o resultado das conversas.
Em sua visita de ontem à base
militar de McDill, na Flórida,
Bush almoçou em um "bandejão"
com centenas de militares e tentou baixar as expectativas em relação ao final da guerra.
A bordo do Air Force One entre
Washington e Tampa, Bush retirou do discurso que faria às tropas a seguinte frase: "Nosso progresso (na guerra) está mais
adiantado do que prevíamos".
Enquanto comia no café da manhã do avião "Freedom Toasts"
(torradas da liberdade) no lugar
de "French toasts" (torradas francesas), como o próprio menu indicava, Bush modificou a sentença para: "Nossos militares estão
fazendo um bom progresso no
Iraque, mas esta guerra ainda está
longe de seu fim".
Mesmo assim, centenas de militares da base aérea de McDill, onde funciona o Comando Central das Forças Armadas dos EUA,
aplaudiram o presidente. Bush
vem empreendendo há dias um
esforço para diminuir a ansiedade
dos norte-americanos e para demostrar apoio aos militares.
"Nós vamos continuar em nosso passo, milha por milha, até
Bagdá e a nossa vitória", disse o
presidente dos EUA. "Dia após
dia Saddam Hussein está perdendo sua força no Iraque. Dia após
dia o povo do Iraque está mais
próximo de sua liberdade".
Após as primeiras baixas de soldados norte-americanos em combate, pesquisas de opinião mostraram que despencou de 71%, na
semana passada, para 38% a percentual dos que acham que os
EUA estão se saindo bem na guerra contra o Iraque.
Durante seu discurso, Bush afirmou que estava "honrado" de ser
o comandate-em-chefe das Forças Armadas dos EUA e fez questão de frisar a participação de outros países ao lado dos EUA nesta guerra.
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