|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ORIENTE MÉDIO
Membros do Hamas são mortos durante ataque frustrado a assentamento; Israel diz que Arafat não é alvo
Islâmicos protestam pelo mundo por morte de Yassin
DA REDAÇÃO
Do Egito à Indonésia, passando
por Irã, Iraque e Paquistão, milhares de árabes e muçulmanos
aproveitaram a sexta-feira, dia sagrado do islã, para promover protestos contra Israel e os EUA pela
morte do xeque Ahmed Yassin, líder do grupo terrorista palestino
Hamas morto em ataque israelense na última segunda-feira.
No Egito, policias impediram
centenas de fiéis reunidos numa
mesquita no Cairo de sair às ruas
após a oração."Existe apenas um
Deus, e Bush é o inimigo de
Deus", repetiam os fiéis, em referência ao presidente norte-americano, George W. Bush.
Na Jordânia, cerca de 2.000 pessoas protestaram no campo de refugiados palestino de Al Wahadate, nos subúrbios de Amã. Segundo testemunhas, a polícia impediu que os manifestantes saíssem
do campo em passeata.
Em Teerã, milhares protestaram contra "o terrorismo do regime sionista" e exaltaram a Intifada (levante palestino contra Israel). Foram queimadas bandeiras dos EUA e de Israel.
Em Bagdá, centenas de xiitas organizaram uma marcha fúnebre
em volta de um caixão vazio coberto pela bandeira palestina.
Na Cisjordânia, duas manifestações reuniram 9.000 pessoas. Um
caixão com a inscrição "fim a Israel" foi queimado.
Arafat não é alvo
O governo do premiê Ariel Sharon garantiu aos EUA que não
tentará assassinar o presidente da
ANP (Autoridade Nacional Palestina), Iasser Arafat, informou ontem a rádio estatal israelense.
Na última terça-feira, o chefe
das Forças Armadas de Israel,
Moshe Yaalon, insinuou que Arafat e o líder do grupo extremista
islâmico libanês Hizbollah, xeque
Hassan Nasrallah, também poderiam ser atacados.
Ontem, líderes palestinos acusaram os EUA de dar a Israel uma
"licença para matar" ao vetar uma
resolução do Conselho de Segurança da ONU condenando Israel
pela morte de Yassin. Dos 15
membros do órgão, 11 votaram
anteontem a favor da resolução,
entre os quais o Brasil. Outros três
países se abstiveram.
"Temo que esse veto dos EUA
seja entendido por Israel como
um encorajamento para continuar no caminho da violência,
dos assassinatos e da reocupação
[dos territórios palestinos]", disse
à agência Reuters Saeb Erekat,
principal negociador da ANP.
Ataque frustrado
Dois militantes palestinos foram mortos anteontem à noite
por soldados israelenses após
chegarem a um assentamento em
Gaza nadando pelo mar Mediterrâneo vestidos com roupas de
mergulhador. Em seguida, dispararam contra moradores da colônia. O Hamas assumiu a responsabilidade pelo ataque frustrado.
"O ataque ao assentamento é o
primeiro de operações que farão a
terra tremer", disse em nota o
grupo terrorista palestino.
Na Cisjordânia, um palestino
morreu após seu carro explodir.
Aparentemente, levava explosivos para cometer um atentado.
Bush e Sharon devem se encontrar no próximo dia 14 de abril para discutir a situação no Oriente
Médio e o plano do israelense de
uma retirada unilateral de Gaza.
Dois dias antes de se reunir com
Sharon, Bush receberá o presidente egípcio, Hosni Mubarak,
em seu rancho no Texas. O americano também deve se encontrar
nas próximas semanas com o rei
Abdullah, da Jordânia.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Pesquisa: Mídia da Argentina favorece Kirchner Próximo Texto: Panorâmica - 10 anos depois: Annan faz autocrítica sobre massacre em Ruanda Índice
|