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ORIENTE MÉDIO
Às vésperas da eleição israelense, pesquisas dão Kadima como favorito
Premiê do Hamas acena com diálogo
MICHEL GAWENDO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE JERUSALÉM
O primeiro-ministro designado
do Hamas, Ismail Haniya, disse
ontem, dois dias antes da eleição
israelense, que o grupo terrorista,
que formará o próximo governo
palestino, quer encerrar a crise
com Israel. Mas Haniya afirmou
que não aceitará medidas unilaterais do país para demarcar as
fronteiras com os palestinos.
"Não vamos segurar a ocupação. Mas isso não significa que
consideramos que as fronteiras
que eles decidirem sejam aquelas
do Estado Palestino", disse o líder
do grupo que defende a destruição de Israel.
O gabinete formado pelo premiê do Hamas deverá assumir o
governo palestino na quarta-feira,
um dia depois da eleição em Israel. O grupo não aceita a exigência do presidente da Autoridade
Palestina, Mahmoud Abbas, e de
Israel, de que respeite os acordos
interinos de paz e renuncie à violência.
O serviço de Inteligência israelense anunciou que há pelo menos 16 alertas específicos de atentados de grupos palestinos antes
da eleição de amanhã. Em Jerusalém, a guarda da fronteira montou barricadas entre as partes árabes e judaicas para revistar carros
e palestinos considerados suspeitos de serem terroristas.
Pesquisas
A relação de forças no próximo
Knesset (Parlamento) ainda está
indefinida. Os partidos buscam
conquistar os indecisos, que representam o suficiente para eleger
28 deputados. As maiores legendas montaram centrais de telemarketing para telefonar para os
eleitores e tentar ganhar votos.
O partido de direita radical Israel Nossa Casa continua sendo a
possível maior surpresa e tem
chances de formar a terceira
maior bancada do Knesset. A legenda pode ter entre sete e 15 vagas, de acordo com as principais
pesquisas de Israel, do jornal
"Haaretz" e do Canal 2 de TV.
Isso coloca o Israel Nossa Casa
em disputa com o Likud, ex-partido de Ariel Sharon e liderado agora por Binyamin Netanyahu, pelo
posto de maior força direitista israelense. Os dois partidos também defendem medidas unilaterais, mas querem que Israel mantenha o controle de partes maiores da Cisjordânia.
O Kadima, criado por Ariel Sharon e liderado por Ehud Olmert,
continua na frente, com 36 cadeiras. O Partido Trabalhista faria
entre 18 e 20 deputados.
Em seguida aparecem dois partidos religiosos. O Shas, que representa judeus sefaraditas da
classe baixa, teria 11 deputados. O
Mafdal, legenda nacionalista religiosa dos colonos retirados de Gaza e dos que moram nos assentamentos da Cisjordânia, ficaria
com 12. Os partidos árabes fariam
oito deputados e o Meretz, de esquerda, ficaria com quatro.
Ontem foi o último dia de programa eleitoral na televisão.
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