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IRAQUE SOB TUTELA
Em nova visita-surpresa ao Iraque, secretários de Estado e Defesa dos EUA elogiam novo chefe de governo
Rice e Rumsfeld vão a Bagdá apoiar premiê
DA REDAÇÃO
A secretária de Estado e o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Condoleezza Rice e Donald
Rumsfeld, fizeram ontem uma visita-relâmpago a Bagdá em uma
iniciativa de Washington para garantir que o novo premiê iraquiano forme um governo de unidade
nacional. A visita também foi vista como uma demonstração de
apoio ao líder iraquiano.
O encontro dos dois enviados
do presidente dos EUA, George
W. Bush, com o premiê Nouri al
Maliki - um veterano ativista
xiita - aconteceu um dia depois
da divulgação de um vídeo no
qual o líder da Al Qaeda no Iraque, Abu Musab al Zarqawi, acusava o novo governo de ser um
mero fantoche americano. Zarqawi - o homem mais procurado
pelos EUA no Iraque - prometeu apoiar insurgentes sunitas e
lançar mais ataques.
Depois da reunião, Rumsfeld e
Rice elogiaram Maliki e disseram-se impressionados com ele.
Elogios
"Ele está muito decidido. Está
claro que ele compreendeu seu
papel e o papel do novo governo
de demonstrar que realmente há
um governo de unidade nacional", disse Rice, para quem o Iraque vive um "momento de virada", depois de três anos da invasão comandada pelos EUA.
A participação de representantes sunitas no governo é tida como fundamental para que os insurgentes percam o apoio da minoria que dominou o país sob a
ditadura de Saddam Hussein. A
maioria xiita é quem detém o poder agora.
Maliki afirmou a Rice e Rumsfeld que sua prioridade será combater a violência entre as facções
étnicas e que depois disso tratará
de outros temas candentes, como
a corrupção. Sobre esse ponto, ele
concordou com os dois enviados
que terá de formar um gabinete
com profissionais competentes e
não-sectários se quiser que seu
governo tenha a confiança dos
iraquianos. Maliki tem pouco menos de 30 dias para indicar sua
equipe ao Parlamento.
Rumsfeld - cuja cabeça tem sido pedida por oficiais americanos
da reserva descontentes com seu
trabalho - se reuniu também
com o comandante das tropas
americanas no Iraque, general
George Casey, que já falou em retirada parcial. O secretário declarou depois aos jornalistas que assim que o novo governo iraquiano for constituído os EUA começarão a discutir "as condições e a
velocidade para que nós possamos transferir as responsabilidades nas províncias".
Atualmente, há cerca de 130 mil
soldados americanos no Iraque.
Autoridades militares já afirmaram que até o fim do ano esse número pode cair para 100 mil.
"Queremos ter certeza de que
não há disparidades entre o que
estamos fazendo politicamente e
o que fazemos em termos militares", disse Rice. "Há muita coisa a
ser feita ainda nesse cruzamento
entre o político e o militar."
Dólares desviados
Ontem, o Senado dos EUA
aprovou uma medida que retira
parte dos recursos que Bush havia
solicitado para usar no Iraque. Os
recursos serão usados para intensificar os patrulhamentos nas
fronteiras que funcionam para
deter os imigrantes ilegais. Portos
e aeroportos também ganharão
um reforço em sua segurança.
Aprovada por 59 votos a 39, a medida retira no total US$ 1,3 bilhão,
que seria destinado às operações
no Iraque.
Ontem ainda, tropas americanas atacaram uma suposta base
de insurgentes, matando 12 militantes, incluindo uma mulher. A
ação aconteceu perto de um local
onde um helicóptero americano
caiu no mês passado, segundo o
Exército dos EUA.
Com agências internacionais
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