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Israel e Hizbollah trocarão presos, diz mídia
Acordo, sem confirmação oficial, estipula entrega de dois soldados israelenses por cinco membros da milícia xiita libanesa
Consenso é citado por rádio militar israelense e jornal, horas após o líder máximo do Hizbollah prever retorno de prisioneiros em "30 dias"
Mussa Hussein/France Presse
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Uma multidão presenciou o discurso de Nasrallah em Beirute
DA REDAÇÃO
O governo de Israel alcançou
um acordo com o grupo xiita libanês Hizbollah sobre uma troca de prisioneiros, segundo disseram ontem fontes dos dois lados citadas pela imprensa local
e por agências internacionais
de notícias. Mas não houve ainda confirmação oficial.
Pelo acordo, o Hizbollah libertaria Ehud Goldwasser e Eldad Regev, soldados israelenses capturados em julho de
2006 na fronteira entre o Líbano e Israel. O seqüestro desencadeou uma guerra de 33 dias
entre o Exército israelense e a
milícia xiita no sul do Líbano.
Especula-se, na imprensa israelense, que a troca poderia
envolver a entrega dos corpos
de Goldwasser e Regev, já que
há indícios de que eles tenham
sido capturados gravemente feridos. Tanto o Hizbollah como
o serviço secreto israelense
sempre se recusaram a dizer se
eles estavam vivos.
Em troca, Israel libertaria
Samir Kantar e outros quatro
membros do Hizbollah.
Kantar é um libanês druso
condenado a 542 anos de detenção pela morte de três israelenses em 1979.
O acordo prevê ainda a devolução dos restos mortais de dez
libaneses ao Hizbollah.
Nasrallah
Os contornos do acerto, citados também pelas agências de
notícias Efe e France Presse,
foram revelados ontem com
mais detalhes no site do jornal
"Haaretz", que cita altos funcionários israelenses.
Na manhã de ontem, o líder
do Hizbollah, Hassan Nasrallah, anunciou que Kantar seria
libertado em breve. "Samir
Kantar e seus irmãos estarão
entre vocês em breve, se Deus
quiser", afirmou Nasrallah em
vídeo exibido durante comício
comemorativo pelo aniversário
da retirada israelense do sul do
Líbano, em maio de 2000.
"Libertar prisioneiros é nossa responsabilidade e nossa
santa missão", disse o xeque.
Não há informações sobre
quando e onde a troca seria realizada, apesar de Nasrallah ter
mencionado que poderá acontecer "nos próximos 30 dias".
O acordo sobre uma troca de
prisioneiros, que a Reuters diz
ter sido confirmado ainda por
políticos libaneses extra-oficialmente, resulta de uma mediação da Alemanha iniciada
no fim de 2006 com aval da
ONU. Desde então, emissários
alemães tiveram diversos encontros secretos com agentes
israelenses e do Hizbollah.
Uma fonte israelense, no entanto, negou que o acordo esteja selado e insistiu que "Nasrallah não costuma combinar os
seus discursos com Israel".
Mas, se concretizado, o acerto
representaria nova vitória para
o Hizbollah -o fortalecimento
do grupo xiita começou justamente com a guerra de 2006.
Com a popularidade em alta
após o conflito, o Hizbollah e o
Amal, os dois partidos de base
xiita, deixaram o governo, no
qual tinham cinco ministérios,
exigindo maior participação no
gabinete. Com a disputa, o então presidente Émile Lahoud
deixou o poder em novembro
de 2007. O Líbano mergulhou
então numa grave crise institucional, que só terminou na semana passada, com uma reformulação do Executivo que
atendeu a exigência do Hizbollah de voltar ao gabinete com
uma minoria de bloqueio.
O fim do impasse libanês
também permitiu que o chefe
das Forças Armadas, general
Michel Suleiman, fosse apontado pelo Parlamento como novo
presidente. Ele foi oficialmente
empossado ontem.
No lado israelense, a devolução dos prisioneiros -ou a de
seus corpos- traria algum benefício para o premiê Ehud Olmert, investigado por corrupção e sob ameaça de cair.
Golã
Numa outra frente de negociação, Olmert negou ontem
ter se comprometido com a Síria a devolver as colinas de Golã, ocupadas desde 1967.
Israel e Síria anunciaram na
última quarta-feira que começaram a conversar indiretamente na Turquia. É a primeira
negociação em oito anos.
Com agências internacionais
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