São Paulo, sexta-feira, 27 de junho de 2008

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Alvo de críticas internas, Bush recebe avanço diplomático com ambivalência

DO "FINANCIAL TIMES"

George W. Bush não parecia confortável ao anunciar ontem um avanço diplomático pelo qual ele espera que seu governo venha a ser lembrado.
Sua decisão de excluir a Coréia do Norte da lista de países patrocinadores do terrorismo e de cláusulas da Lei de Comércio com o Inimigo, em troca de uma declaração de política nuclear há muito aguardada, foi criticada nas fileiras de seu Partido Republicano e por algumas das eminências pardas diplomáticas de Washington.
Bush indicou sua ambivalência em seguida, ao promulgar uma nova ordem executiva que impõe que seja mantida em vigor de uma série de sanções contra os norte-coreanos.
A linha defendida por alguns republicanos do Congresso e centros de pesquisa americanos é a de que Pyongyang vem continuamente falhando no cumprimento de suas obrigações, enquanto os EUA fazem concessão após concessão.
"Suspender as sanções e retirar a Coréia do Norte da lista de países patrocinadores do terrorismo contraria a história e recompensa a brutal ditadura do país por gestos ocos", disse Pete Hoekstra, o líder da bancada republicana na Comissão de Inteligência da Câmara dos Representantes (deputados). "Da mesma forma que o governo Clinton foi enganado pelo regime de Kim Jong-il, o tempo dirá em breve se a administração Bush engoliu a mesma isca".
Mas outros observadores consideram que a ocasião representa um avanço. "A declaração nuclear do regime é o mais recente lembrete de que, apesar da retórica um dia belicosa adotada pelo governo Bush, dialogar com nossos inimigos pode trazer dividendos", declarou o senador democrata John Kerry.


Tradução de PAULO MIGLIACCI

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