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São Paulo, quarta-feira, 27 de agosto de 2003

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IRAQUE OCUPADO

Em discurso para veteranos de guerra, presidente diz que EUA não esmorecerão em seus esforços contra o terror

Bush descarta retirada de tropas do Iraque

Sergei Grits/Associated Press
Blindado com soldados americanos participa de operação contra militantes em Khalis, no Iraque


DA REDAÇÃO

O presidente dos EUA, George W. Bush, prometeu ontem "não se retirar" da luta contra simpatizantes do ex-ditador Saddam Hussein e contra os "terroristas estrangeiros" que estão no Iraque, apesar do crescente número de mortos entre os soldados americanos que atuam no país.
Bush também prometeu que os EUA não esmorecerão em sua guerra ao terrorismo global mesmo que as críticas contra as políticas da atual administração americanas se intensifiquem.
"Os inimigos da liberdade declararam guerra a todo o mundo civilizado. Mas o mundo civilizado não se intimidará", afirmou o presidente durante a 85ª convenção anual da Legião Americana, que reúne veteranos de guerra, em Saint Louis.
"Retirar-se dos locais em que há terrorismo só abriria caminho para ataques mais numerosos e audaciosos. Não haverá retirada", acrescentou Bush, no dia em que o número de baixas americanas no pós-conflito superou o registrado durante a Guerra do Iraque.
Bush buscou exortar outros países a participar dos esforços da coalizão anglo-americana no Iraque. "Nenhuma nação pode ficar neutra na luta entre a civilização e o caos. Todas as nações que estão do lado da liberdade e dão valor à vida humana têm de condenar o terrorismo e de agir contra os poucos que destroem as esperanças de muitos."
As declarações do presidente foram feitas num momento em que crescem as críticas à sua administração no que se refere ao pós-guerra. Por um lado, certas correntes conservadoras pedem a ele que envie mais soldados para reforçar o contingente de cerca de 140 mil militares americanos que já estão no Iraque. Por outro lado, crescem as vozes que exigem a retirada das tropas dos EUA de um país cada vez mais avesso à presença de forças estrangeiras.
Bush fez ontem uma viagem para arrecadar fundos para sua campanha pela reeleição, que ocorrerá em 2004. Ele passou pela cidade de Saint Paul, no Estado de Minnesota, antes de dirigir-se a Saint Louis, onde, depois do discurso para os veteranos de guerra, participou de mais um evento para arrecadar fundos. O presidente deveria voltar a seu rancho, no Texas, à noite.
Anteontem, dois dos principais assessores do presidente fizeram declarações parecidas com as suas em eventos com militares da reserva e ainda ativos. Em San Antonio, no Texas, o secretário da Defesa, Donald Rumsfeld, defendeu a guerra ao terrorismo, liderada pelos EUA, durante um discurso para militares ativos.
"A América não procurou essa guerra, mas trata-se de uma guerra que temos de travar e de vencer, pois não há outra saída segura. Ou enfrentamos os terroristas onde eles estão atualmente, no Iraque ou no Afeganistão, ou teremos de enfrentá-los em casa no futuro", afirmou Rumsfeld.
Condoleezza Rice, conselheira de Bush para questões ligadas à segurança nacional, por sua vez, lembrou, em uma reunião com veteranos também realizada em San Antonio, a promessa feita por Bush na semana passada, quando uma explosão devastou a sede da ONU em Bagdá e um atentado a bomba matou 21 pessoas em Jerusalém, em Israel. Ele prometeu vencer a guerra ao terrorismo.
"O presidente mostrou com suas ações que suas palavras não foram pronunciadas em vão", disse Rice, recebendo aplausos de centenas de veteranos de guerra.
Desde que Bush declarou o fim dos principais combates no Iraque, em 1º de maio, as forças dos EUA têm sido alvo de ataques da resistência armada iraquiana.

ONU
A ONU adotou uma resolução que visa proteger seus funcionários e os de organizações humanitárias em zonas de conflito.

Com agências internacionais


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