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EUA e Reino Unido chegam a acordo
DA REDAÇÃO
EUA e o Reino Unido chegaram
ontem a um acordo sobre o texto
de uma nova resolução contra o
Iraque a ser submetida à aprovação do Conselho de Segurança
(CS) da ONU, disse o secretário
de Estado americano, Colin Powell. Washington pressiona os
outros quatro países com direito a
veto no CS (Reino Unido, França,
Rússia e China) a votar uma resolução com forte terminologia.
Embora os detalhes não tenham
sido revelados, o documento deve
acusar Bagdá de desrespeitar determinações da ONU, exigir que o
país permita inspeções irrestritas
de seus arsenais de destruição em
massa e autorizar o uso da força
militar se o ditador Saddam Hussein não cooperar totalmente.
A diplomacia britânica tentava
nos últimos dias amenizar a posição da Casa Branca. O premiê
Tony Blair buscava convencer o
presidente dos EUA, George W.
Bush, a adotar uma formulação
capaz de ser aceita pelo CS.
Uma resolução em termos excessivamente beligerantes seria
possivelmente rejeitada pela Rússia, e talvez por França e China
-o que poderia provocar decisão
unilateral de Washington de atacar o Iraque sem o apoio da ONU.
Declarações feitas ontem pelo
presidente russo, Vladimir Putin,
trazem indícios de que Moscou
vetaria uma resolução nos termos
planejados pelos americanos.
A Rússia e outros países contrários à guerra desconfiam que as
consultas sobre o tema na ONU
seriam apenas uma manobra dos
EUA para derrubar Saddam com
uma aparência de legalidade e
consenso internacional.
"Somos a favor de uma rápida
resolução da situação pelos meios
políticos e diplomáticos, com base nas resoluções já existentes do
CS da ONU e segundo os princípios do direito internacional",
disse Putin. E acrescentou: "A decisão de retomar as atividades dos
inspetores no Iraque abre a possibilidade para que essa decisão seja
posta em prática rapidamente".
Diante de ameaças americanas,
Bagdá anunciou na semana passada que aceitaria o retorno dos
inspetores de armas da ONU. Os
seus trabalhos foram interrompidos em 1998, após o Iraque acusá-los de espionar para os EUA.
O subsecretário de Estado americano para assuntos políticos,
Marc Grossman, acompanhado
de diplomatas britânicos, iniciou
ontem viagem à França e à Rússia,
atrás de apoio à resolução. EUA e
Reino Unido devem apresentá-la
ao CS na próxima semana.
Assim como os russos, franceses e chineses também se opõem à
agressiva posição da diplomacia
americana, que tenta encurralar
os outros membros permanentes
do CS com a seguinte ameaça: ou
vocês aprovam a resolução que
desejamos, ou atacaremos o Iraque sozinhos e ficará comprovada
a irrelevância da ONU.
Pequim e Paris defendem um
processo em duas etapas. O CS
adotaria primeiro uma resolução
ameaçando o uso da força caso o
Iraque não colabore com os inspetores de armas. Só depois, se
Saddam mostrar novamente resistência em cooperar, uma segunda resolução seria aprovada autorizando uma ação militar. "É preciso tentar tudo antes da guerra", disse o premiê francês, Jean-Pierre Raffarin.
Com agências internacionais
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