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Diplomata-chefe para
região vai ser enviado pelos EUA a Honduras
Thomas Shannon chegará amanhã a Tegucigalpa para tentar resolver impasse em negociações
FABIANO MAISONNAVE
ENVIADO ESPECIAL A TEGUCIGALPA
Os Estados Unidos enviarão
amanhã a Honduras o secretário-assistente para o hemisfério Ocidental, Thomas Shannon, para pressionar o governo
interino, de Roberto Micheletti, a assinar um acordo para a
restituição do presidente deposto, Manuel Zelaya, segundo
fontes diplomáticas da OEA
(Organização dos Estados
Americanos) em Washington.
A chegada do principal diplomata dos EUA para a América
Latina faz parte de uma ofensiva diplomática para destravar
as negociações entre os dois lados, interrompidas formalmente na sexta-feira.
Hoje, também aterrissa em
Tegucigalpa o boliviano Victor
Rico, secretário de Assuntos
Políticos da OEA. Ele substitui
o chileno John Biehl, enviado
da entidade que na sexta-feira
pressionou Zelaya a renunciar
junto com Micheletti.
A pressão de Biehl, classificada de "ofensiva" por Zelaya,
contradiz com a linha da OEA,
que exige a restituição do presidente deposto em 28 de junho.
O chileno deixou Honduras no
fim de semana -oficialmente,
a sua substituição ocorreu porque ele tinha de se ausentar do
país por problemas familiares.
O anúncio do envio da missão americana, feita pela secretária de Estado, Hillary Clinton, em telefonemas a Zelaya e
Micheletti, provocou a retomada das negociações, ainda que
de maneira informal.
Anteontem à noite, os delegados de Zelaya se reuniram
com ele na embaixada brasileira com uma nova proposta do
governo interino, mas o seu
conteúdo não foi divulgado.
Fontes diplomáticas que
acompanham as negociações
acreditam que um acordo possa sair ainda hoje, para que seja
caracterizado como uma negociação "autóctone", alcançada
antes da vinda da comitiva
americana.
O impasse gira em torno de
que instância teria a incumbência de analisar um eventual
acordo. Micheletti quer que seja a Corte Suprema, que já negou a restituição de Zelaya, em
decisão tomada em agosto.
Zelaya prefere o Congresso,
onde mais da metade dos deputados está disputando a reeleição em 29 de novembro. O presidente deposto prevê que sua
volta seria aprovada ali, já que
os parlamentares temem que o
pleito, que também escolherá o
novo presidente, não seja reconhecido pela comunidade internacional.
Caso um acordo seja alcançado nesta semana, deve chegar
na sexta a Tegucigalpa o secretário-geral da OEA, o também
chileno José Miguel Insulza.
Sobrinho de Micheletti
Enzo Micheletti, 24, sobrinho do presidente interino, foi
morto a tiros anteontem, informou a polícia.
O jovem, que não tem envolvimento político, foi encontrado com tiros no peito e na cabeça e com mãos amarradas. Ninguém foi preso, mas a polícia
descartou inicialmente que o
crime esteja ligado à crise política do país.
Colaborou SÉRGIO DÁVILA, de Washington
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