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Unasul se reúne em Quito sem avanços em impasse militar
A reunião extraordinária do Conselho de Defesa do bloco
caminha para manter o imbróglio de pacto EUA-Colômbia
Encontro de delegações se
dá após elevação das rusgas
entre Bogotá e Caracas; já
Chile e Peru tentam abordar
suas disputas fora do órgão
FLÁVIA MARREIRO
DA REPORTAGEM LOCAL
A reunião extraordinária do
Conselho de Defesa e de chanceleres da Unasul (União de
Nações Sul-Americanas), hoje
em Quito, caminha para manter o impasse em torno do pacto militar firmado entre Colômbia e Estados Unidos já demonstrado em três encontros
anteriores, incluindo a cúpula
de presidentes em Bariloche,
na Argentina, em agosto.
A Venezuela quer manter o
assunto no centro de debate e
promete levar "provas" de que
a maior presença americana
em sete bases militares colombianas representa uma "ameaça" à região e a seu país.
Já a Colômbia anunciou que
não mandará nenhum ministro
a Quito, sendo representada
apenas em "nível técnico" -eufemismo para funcionários de
baixo escalão.
Desde a última reunião da
Unasul, a tensão entre Colômbia e Venezuela cresceu, especialmente por conta de incidentes violentos na fronteira,
infestada de contrabandistas,
narcotraficantes e guerrilheiros dos dois lados da divisa. A
aposta do Brasil era acalmar os
ânimos promovendo um encontro bilateral entre o colombiano Álvaro Uribe e o venezuelano Hugo Chávez ontem
em Manaus. Uribe, porém, cancelou sua participação.
Tanto Uribe quanto Chávez
têm levado suas diferenças para instâncias fora do subcontinente, numa outra demonstração dos problemas de implementação efetiva enfrentados
pela Unasul. Colômbia e Venezuela se revezaram nas últimas
semanas entregando documentos na OEA (Organização
dos Estados Americanos) e na
ONU para reclamar do vizinho.
Segundo o assessor internacional da Presidência do Brasil,
Marco Aurélio Garcia, o que se
espera é um "armistício retórico" entre Chávez e Uribe. Mas
ele mesmo admitiu que "a Unasul está paralisada".
Delegações das chancelarias
e das pasta de Defesa também
se reúnem à sombra de uma
nova crise bilateral, provocada
pelo suposto caso de espionagem feita por um militar peruano a favor do Chile. Ambos os
países, porém, concordam que
esse é uma tema bilateral.
A novidade deve ser a apresentação formal da proposta
peruana de estabelecer um
pacto regional de não agressão
e chegar a um compromisso de
redução de gasto militar. O Peru se diz ameaçado pelo incremento do arsenal chileno. Os
peruanos já apresentaram o
plano aos países da região. Só
receberam apoio do anfitrião
Equador, mas o Chile pareceu
concordar com a ideia, apresentando plano complementar.
O tema é delicado para o Brasil, que fez compras militares
relevantes nos últimos dois
anos. Nesta semana, o Exército
brasileiro confirmou que estuda a compra de um sistema antiaéreo russo cujo custo está estimado em ao menos US$ 300
milhões (R$ 520 milhões).
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