DA REUTERS, EM WASHINGTON

As operações militares dos EUA, incluindo as guerras no Iraque e Afeganistão, já custaram US$ 904 bilhões desde 2001. O valor pode superar US$ 1,7 trilhão até 2018, mesmo com grandes reduções no contingente no exterior, mostrou um relatório divulgado nesta semana.
O estudo, do apartidário Centro de Avaliações Estratégicas e Orçamentárias, revela que só o conflito no Iraque custou US$ 687 bilhões até agora e supera o de qualquer guerra americana -exceto a Segunda Guerra- com a inflação incluída na conta.
Somando-se a isso os US$ 184 bilhões já desembolsados no Afeganistão, os dois conflitos superam em cerca de 50% a Guerra do Vietnã.
A estimativa inclui as verbas já previstas para 2009.
Contrastando com essa avaliação, cálculo distinto do Escritório de Responsabilidade do Governo mostra que o Congresso disponibilizou para o Pentágono entre 2001 e 30 de setembro de 2008 US$ 808 bilhões para a guerra global contra o terrorismo lançada pelo governo Bush, incluindo US$ 508 bilhões para o Iraque e US$ 118 bilhões para o Afeganistão, as Filipinas e o chifre da África.
Os EUA têm 143 mil soldados hoje no Iraque e outros 31 mil no Afeganistão. Pelos termos de um acordo recém-firmado com o governo iraquiano, Washington comprometeu-se a retirar suas forças do Iraque até o final de 2011. Mas autoridades americanas planejam enviar 20 mil soldados adicionais ao Afeganistão.
Uma razão do aumento exponencial dos custos é o hábito do governo Bush de financiar as guerras com pedidos orçamentários suplementares, uma prática que prejudica a fiscalização dos gastos pelo Congresso e enfraquece os processos de planejamento do Pentágono.
Segundo o Centro de Avaliações Estratégicas e Orçamentárias, as projeções dos custos de guerra aumentam quando incluídos nos cálculos o pagamento de juros sobre a dívida federal, chegando a entre US$ 1,4 trilhão e US$ 1,8 trilhão até 2018 se considerado que 10% dos custos militares seriam cobertos por empréstimos.


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