São Paulo, domingo, 27 de dezembro de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

"País não pertence a uma pessoa'

da Reportagem Local

"Não se trata de, de repente, surgir um vazio porque desaparece o senhor. Assim não é possível compreender Cuba", diz o sociólogo Fernando Martinez Heredia, 59.
"Desde os anos 60, difunde-se a idéia de uma "Cuba de Castro', como se não fosse um país, mas a estância de um único senhor", afirma o sociólogo, que trabalha no Centro de Investigação Cultural Juan Marinello, em Havana.
Para Martinez, a tendência é haver uma "despersonalização" do regime e uma maior distribuição do poder.
"Deverá ocorrer uma transferência dos poderes fundamentais do Estado e, sobretudo, da condução política da maioria da população, para uma forma de governo em que as representações desempenhem papéis cada vez maiores."
Como exemplo, ele cita o Orçamento participativo. "Em Cuba, a população participa na definição do Orçamento municipal. É algo realmente democrático. Esse poder poderia ganhar mais espaço no poder central", diz.
O sociólogo não acredita, entretanto, na realização de eleições pluripartidárias. "Quando triunfou a revolução, a população sentiu que havia derrotado uma série de governantes que tinha exercido o poder de forma corrompida e entreguista", diz. (OD)



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.