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"País não pertence a uma pessoa'
da Reportagem Local
"Não se trata de, de repente, surgir um vazio porque desaparece o
senhor. Assim não é possível compreender Cuba", diz o sociólogo
Fernando Martinez Heredia, 59.
"Desde os anos 60, difunde-se a
idéia de uma "Cuba de Castro', como se não fosse um país, mas a estância de um único senhor", afirma o sociólogo, que trabalha no
Centro de Investigação Cultural
Juan Marinello, em Havana.
Para Martinez, a tendência é haver uma "despersonalização" do
regime e uma maior distribuição
do poder.
"Deverá ocorrer uma transferência dos poderes fundamentais do
Estado e, sobretudo, da condução
política da maioria da população,
para uma forma de governo em
que as representações desempenhem papéis cada vez maiores."
Como exemplo, ele cita o Orçamento participativo. "Em Cuba, a
população participa na definição
do Orçamento municipal. É algo
realmente democrático. Esse poder poderia ganhar mais espaço no
poder central", diz.
O sociólogo não acredita, entretanto, na realização de eleições
pluripartidárias. "Quando triunfou a revolução, a população sentiu que havia derrotado uma série
de governantes que tinha exercido
o poder de forma corrompida e entreguista", diz.
(OD)
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