São Paulo, terça, 28 de janeiro de 1997.

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Moscou não autoriza visita de Sharansky à sua antiga prisão
Ex-dissidente volta à Rússia como ministro de Israel

das agências internacionais

Natan Sharansky voltou ontem a Moscou como um honorável ministro de Israel, dez anos após ser libertado de uma prisão da KGB (agência de inteligência russa).
Sharansky, um dissidente judeu da era soviética que ficou preso acusado de espionar para os EUA, foi recebido com honras pelo prefeito Iuri Lujkov na sede da Prefeitura de Moscou.
"Como um ex-moscovita, forçado a deixar Moscou, eu retorno como ministro de Israel a uma cidade de pessoas livres", disse ele depois de assinar uma carta de intenção para expansão do comércio com Moscou.
Uma visita ao campo de trabalhos forçados onde ficou a maior parte do tempo em que esteve preso foi negada. "Eles estão embaraçados", afirmou. "Eu perguntei pelo campo de trabalho. Eles disseram não... `Você sabe, ele mudou, mas não por inteiro'."
Sharansky foi um dos mais proeminentes prisioneiros da era soviética. Sua campanha pelo direito de imigração dos judeus incomodava muito a KGB.
Em 1986, depois de quase dez anos na prisão ele foi libertado em uma das últimas, e certamente mais públicas, trocas de prisioneiros da Guerra Fria.
Logo depois de ser solto, o então chamado Anatoli Sharansky, mudou seu nome para Natan, e começou uma nova vida em Israel.
Sharansky se tornou ministro do Comércio e da Indústria no atual governo de Israel após seu partido, Yisrael ba-Aliya (Israel da Imigração), eleger vários deputados nas eleições de maio.

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