São Paulo, quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

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VATICANO

Bispos linha-dura reabilitados se desculpam por negar Holocausto

DA REDAÇÃO

No Dia das Vítimas do Holocausto, ontem, o líder da sociedade católica conservadora São Pio 10º, Bernard Fellay, pediu perdão pelas afirmações de um de seus bispos, Richard Williamson, que negou o extermínio sistemático de 6 milhões de judeus na Segunda Guerra.
Fellay, Williamson e outros dois bispos foram reaceitos no último sábado pelo papa Bento 16, que reverteu sua excomunhão, há 20 anos.
A decisão aproxima o Vaticano da direta católica, mas o coloca em atrito com sua ala progressista e com a comunidade judaica.
Williamson havia dito, em entrevista recente: "Acredito que não existiram câmaras de gás e (...) entre 200 mil e 300 mil judeus sofreram nos campos de concentração".
Em outras ocasiões, disse que Deus não queria que mulheres estudassem e que o 11 de Setembro foi uma conspiração dos EUA.
Os bispos foram ordenados em 1988 pelo polêmico arcebispo ultraconservador Marcel Lefebvre sem autorização do então papa João Paulo 2º, para quem sua sociedade, a São Pio 10º, contraria as reformas modernizantes do Concílio Vaticano 2º (1962-65). O papa os excomungou imediatamente.
O porta-voz do Vaticano, reverendo Frederico Lombardi, afirmou que a reversão das excomunhões é fundamental para a unidade católica e que a decisão papal não tem relação com a opinião de Williamson: "Não concordamos com suas declarações".
Mas a medida gerou protestos entre progressistas e grupos judaicos. A Liga Antidifamação, que combate o antissemitismo, disse que ela "debilita a forte relação entre católicos e judeus".


Com agências internacionais e o "New York Times"


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