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COLÔMBIA
Durante encontro na Casa Branca, Pastrana pede aos EUA acordo comercial, que ajudaria no combate à guerra civil
Bush recusa convite para diálogo com Farc
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
O presidente da Colômbia, Andrés Pastrana, se encontrou ontem pela primeira vez com o novo
presidente dos EUA, George W.
Bush, em Washington, e pediu
uma abertura comercial para auxiliar economicamente o país a
combater o narcotráfico e acabar
com as quase quatro décadas de
guerra civil.
Os EUA são os principais financiadores do Plano Colômbia de
combate ao narcotráfico, que começou a ser implementado no final do ano passado. A ajuda norte-americana chega a US$ 1,3 bilhão.
Bush recusou o convite, feito
por Pastrana, para que os EUA
participassem de uma reunião de
negociação de paz com os guerrilheiros das Farc (Forças Armadas
Revolucionárias da Colômbia,
marxista), programada para o dia
8 de março.
"Estamos muito interessados na
paz na Colômbia e ajudaremos o
governo do presidente Pastrana
em tudo o que for possível, mas
não poderemos ir a essa reunião",
afirmou Bush em uma entrevista
na Casa Branca após receber o
presidente colombiano. "A paz é
algo que deve ser discutida entre
eles", afirmou.
Pastrana, o segundo presidente
latino-americano a encontrar
Bush em menos de duas semanas
(o primeiro foi o mexicano Vicente Fox), esperava que os EUA revissem sua posição de não dialogar com os rebeldes.
O governo dos EUA, que chegou a realizar contatos com as
Farc em 1998, vem se recusando a
dialogar com o grupo desde 1999,
quando três norte-americanos foram assassinados pela guerrilha.
As negociações do governo colombiano com os rebeldes das
Farc foram retomadas neste mês
após mais de dois meses de congelamento.
Bush e Pastrana estiveram reunidos por cerca de uma hora no
Salão Oval da Casa Branca.
Bush elogiou a "valentia" de
Pastrana em enfrentar os problemas da Colômbia e agradeceu os
esforços realizados pelo país para
frear a produção e o tráfico de
drogas. O presidente norte-americano reconheceu que a demanda por drogas nos EUA é uma
parte importante do problema,
afirmando: "É por isso que temos
que trabalhar juntos".
Bush disse também que Pastrana lhe apresentou uma "forte argumentação" em favor da ampliação do Acordo de Preferências Comerciais Andino, em vigor
há dez anos, e que inclui Colômbia, Venezuela, Equador, Peru e
Bolívia.
A intenção de Pastrana é que a
Colômbia receba as mesmas reduções tarifárias concedidas a
países da América Central e do
Caribe no ano passado.
O acordo andino não oferece
benefícios a setores importantes
da economia colombiana, como o
setor têxtil.
O governo colombiano afirma
que um acordo de preferências
comerciais ajudaria o país a mudar o quadro de recessão econômica que vem enfrentando, alegando que somente resolvendo os
problemas econômicos e sociais
teria como encerrar a guerra civil
e combater o narcotráfico.
Café
Pastrana também solicitou aos
EUA a reativação do Acordo Internacional do Café -um acordo
entre produtores e consumidores
para manter estáveis os preços do
produto-, mas funcionários do
governo colombiano se disseram
pessimistas sobre a possibilidade
de Bush aprová-lo.
O ministro das Finanças da Colômbia, Juan Manuel Santos, disse, numa entrevista à rádio colombiana Caracol, de Washington, que não nutria ilusões sobre o
acordo, mas que era a obrigação
do governo do país colocar a
questão na mesa no encontro.
O acordo foi rompido em 1989
por pressão dos EUA, que desejavam uma maior liberdade para os
mercados. A Colômbia é o segundo maior produtor latino-americano de café, atrás do Brasil.
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