São Paulo, sexta-feira, 28 de fevereiro de 2003 |
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Protesto reúne milhares no Egito
DO "THE NEW YORK TIMES", DO CAIRO Dezenas de milhares de pessoas se reuniram ontem no principal estádio do Cairo no maior protesto até agora realizado no Egito contra uma ação dos EUA no Iraque. Foi também o maior ato no mundo árabe, fora do Iraque. As autoridades, que nas últimas semanas prenderam diversas pessoas e restringiram protestos contra a guerra e contra Israel, desta vez toleraram a manifestação. "Acho que o governo sentiu que teria de fazer algo para permitir que as pessoas falassem", disse Mamoun al Hudaib, líder da Irmandade Muçulmana, organização extremista islâmica banida no Egito e que apoiou o evento. A manifestação foi organizada por sindicatos e partidos de oposição. As leis de emergência egípcias -em vigor desde 1967, com apenas uma breve interrupção- proíbem demonstrações públicas, e o ato de ontem foi o maior em anos. O Estádio Internacional do Cairo tem capacidade para 80 mil pessoas, e mais de 100 mil podem ter comparecido. Além das palavras de ordem contra os EUA e em apoio a Bagdá, também a questão palestina se fez presente. "A mensagem é que o Iraque e a Palestina são questões de suma importância para nós", disse Khaled Mohieddin, líder do partido de esquerda Tagamua. Embora afirme ser contra um ataque militar, o presidente do Egito, Hosni Mubarak, tem pressionado publicamente o ditador iraquiano, Saddam Hussein, a colaborar com a ONU como única forma de evitar uma guerra. Entretanto jornais ligados ao governo já dão indícios de que as autoridades egípcias consideram o conflito inevitável. Um deles, o "Al Mussawar", pediu nesta semana a renúncia de Saddam. "Os portões do inferno não serão fechados sem o êxodo de Saddam", afirmou o diário. Texto Anterior: Saddam mobiliza tropas para a sua cidade natal Próximo Texto: 64% dos americanos querem nova resolução Índice |
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