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JUSTIÇA
Plavsic cometeu crime de guerra
ONU condena ex-líder sérvia a 11 anos de prisão
DA REDAÇÃO
O tribunal da ONU para crimes
na ex-Iugoslávia condenou ontem a ex-presidente sérvia da Bósnia Biljana Plavsic, 72, a 11 anos de
prisão. Plavsic, conhecida como a
"dama de ferro dos Balcãs", é a
mais alta autoridade a ser condenada pelos crimes cometidos durante as guerras na região durante
a década passada.
No ano passado, Plavsic havia
feito um "mea culpa", admitindo
sua responsabilidade por atrocidades cometidas contra muçulmanos e croatas na Guerra da
Bósnia (1992-1995). Cerca de 200
mil pessoas foram mortas ou desapareceram durante o conflito.
Os promotores haviam pedido
de 15 a 25 anos de prisão, mas os
três juízes da corte determinaram
uma pena mais leve ao levar em
conta que ela "contribuiu para a
paz e a reconciliação para implementar o Acordo de Paz de Dayton, de 1995, mostrou remorsos
sobre os crimes cometidos, admitiu sua culpa e se entregou voluntariamente ao tribunal".
Plavsic era, durante a guerra, vice do líder sérvio da Bósnia, Radovan Karadzic. Ela assumiu a
Presidência em 1996, quando ele
foi forçado a deixá-la. Um ano depois, ela rompeu com ele e trabalhou, com o apoio de países ocidentais, para derrubar os aliados
de linha dura de Karadzic -um
dos acusados mais procurados
hoje pelo tribunal. Em 1993, Plavsic havia dito que a limpeza étnica
era "um fenômeno natural, não
um crime de guerra".
A sentença a Plavsic, menos de
um quarto da pena de 46 anos de
prisão imposta em 2001 ao ex-general sérvio da Bósnia Radislav
Krstic pelo genocídio durante o
massacre de Srebrenica, em 1995,
provocou revolta entre as vítimas
da guerra.
"Estou sem palavras. Estou com
calafrios. Estou completamente
chocada", disse Mujesira Memisevic, cujos marido e filhos foram
mortos na guerra.
Com agências internacionais
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