São Paulo, quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

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IDÉIAS

Morre nos EUA o colunista conservador William Buckley

DO "NEW YORK TIMES"

William Buckley Jr., jornalista que conduziu o conservadorismo a uma posição central no debate político americano, morreu ontem em sua casa, em Stamford, Connecticut. Buckley, 82, sofria de diabetes e enfisema, disse seu filho Christopher. A causa exata de sua morte não foi divulgada.
Ele apresentava um dos mais antigos programas de entrevistas da TV americana, o "Firing Line", e fundou a "National Review", influente revista conservadora. Também escreveu 45 livros, com temas de odisséias náuticas a romances de espionagem.
Os mais de 4,5 milhões de palavras reunidos nas 5.600 edições de sua coluna jornalística quinzenal, "On the Right", equivaleriam a outros 45 livros de médio porte.
A maior realização de Buckley foi fazer do conservadorismo -não só a adesão eleitoral ao Partido Republicano, mas o conservadorismo como sistema de idéias- uma causa respeitável nos EUA do pós-guerra. Ele mobilizou os jovens entusiastas que ajudaram a garantir a indicação de Barry Goldwater como candidato republicano em 1964, e viu a realização dos seus sonhos quando Ronald Reagan e os Bush chegaram à Casa Branca.
Para prazer de Buckley, ele foi classificado pelo historiador Arthur Schlesinger Jr. como "o flagelo do liberalismo" [esquerdismo, nos EUA]. O avanço do liberalismo havia começado com o New Deal nos anos 30 e se acelerou na geração seguinte. Buckley declarou guerra a essa ordem. "Antes que houvesse Ronald Reagan, houve Barry Goldwater, antes de Barry Goldwater, houve a "National Review", e antes da "National Review" tínhamos Bill Buckley e a fagulha que ele trazia na mente -uma fagulha que, em 1980, se tornaria uma conflagração", escreveu George Will na "National Review", em 1980.


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