São Paulo, segunda-feira, 28 de março de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Escassez afeta fábricas japonesas de carros

Sem peças, 2º maior fornecedor do mundo pode falhar até em entregas para o exterior

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A crise da indústria automobilística japonesa se intensifica após duas semanas de paralisação na produção de componentes cruciais como pigmentos e chips.
O país é o segundo maior fornecedor mundial de carros, ramo da economia que já vinha sendo prejudicado em todo o mundo devido à crise financeira internacional.
A interrupção na cadeia produtiva deve causar prejuízo de bilhões de dólares a empresas como Honda e Toyota, que fecharão fábricas ao redor do mundo e ficarão impossibilitadas de produzir alguns modelos.
O banco de investimento Goldman Sachs estima que os custos para a indústria automobilística japonesa sejam de até US$ 200 milhões (cerca de R$ 330 milhões) por dia. A Toyota, por exemplo, lucrou US$ 2,3 bilhões (R$ 3,8 bilhões) em 2010.
A estimativa é que a crise chegue às fábricas da Europa e dos EUA em abril. A defasagem se justifica pelo tempo gasto no transporte pelo mar.
Consumidores serão afetados diretamente pela alta de preços e pela diminuição na variedade de modelos. Cores populares, como o preto, terão menor oferta devido a danos às fábricas de pigmentos.
Embora produtores e fornecedores de componentes não tenham sofrido impacto direto do tsunami, a produção fica limitada devido às avarias e a frequentes cortes de luz, água e combustível.
A indústria automobilística está entre as mais complexas. Um único carro é montado com cerca de 3.000 partes produzidas por diversas empresas. Interrupções e atrasos nessa cadeia podem inviabilizar a montagem.
Como são componentes com especificações de segurança, como chips que acionam airbags, há pouca flexibilidade para encontrar novos fornecedores.
As montadoras deverão privilegiar os veículos mais lucrativos na hora de destinar as peças restantes e diminuir a produção dos demais, em estratégia para minimizar o dano.

PREJUÍZO
O impacto do terremoto e do tsunami na economia japonesa foi estimado pelo governo em até R$ 512 bilhões, tornando-o o desastre natural mais caro da história.
A comunidade internacional oferece ajuda ao Japão, com 133 países e 39 organizações internacionais dispostos a prestar assistência.


Texto Anterior: Catástrofe no Japão faz alemã Merkel perder eleição
Próximo Texto: "Erro de cálculo" força nova saída de usina nuclear
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.