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Escassez afeta fábricas japonesas de carros
Sem peças, 2º maior fornecedor do mundo pode falhar até em entregas para o exterior
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
A crise da indústria automobilística japonesa se intensifica após duas semanas
de paralisação na produção
de componentes cruciais como pigmentos e chips.
O país é o segundo maior
fornecedor mundial de carros, ramo da economia que já
vinha sendo prejudicado em
todo o mundo devido à crise
financeira internacional.
A interrupção na cadeia
produtiva deve causar prejuízo de bilhões de dólares a
empresas como Honda e Toyota, que fecharão fábricas
ao redor do mundo e ficarão
impossibilitadas de produzir
alguns modelos.
O banco de investimento
Goldman Sachs estima que
os custos para a indústria automobilística japonesa sejam
de até US$ 200 milhões (cerca de R$ 330 milhões) por
dia. A Toyota, por exemplo,
lucrou US$ 2,3 bilhões
(R$ 3,8 bilhões) em 2010.
A estimativa é que a crise
chegue às fábricas da Europa
e dos EUA em abril. A defasagem se justifica pelo tempo
gasto no transporte pelo mar.
Consumidores serão afetados diretamente pela alta de
preços e pela diminuição na
variedade de modelos. Cores
populares, como o preto, terão menor oferta devido a danos às fábricas de pigmentos.
Embora produtores e fornecedores de componentes
não tenham sofrido impacto
direto do tsunami, a produção fica limitada devido às
avarias e a frequentes cortes
de luz, água e combustível.
A indústria automobilística está entre as mais complexas. Um único carro é montado com cerca de 3.000 partes
produzidas por diversas empresas. Interrupções e atrasos nessa cadeia podem inviabilizar a montagem.
Como são componentes
com especificações de segurança, como chips que acionam airbags, há pouca flexibilidade para encontrar novos fornecedores.
As montadoras deverão
privilegiar os veículos mais
lucrativos na hora de destinar as peças restantes e diminuir a produção dos demais,
em estratégia para minimizar
o dano.
PREJUÍZO
O impacto do terremoto e
do tsunami na economia japonesa foi estimado pelo governo em até R$ 512 bilhões,
tornando-o o desastre natural mais caro da história.
A comunidade internacional oferece ajuda ao Japão,
com 133 países e 39 organizações internacionais dispostos a prestar assistência.
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