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A EUROPA DOS 25
Pacto estende cooperação aos dez futuros membros do bloco europeu
UE e Rússia ampliam acordo bilateral
MÁRCIO SENNE DE MORAES
DA REDAÇÃO
A Rússia e a União Européia
concordaram ontem em estender
seu acordo de cooperação aos dez
futuros países-membros do bloco, a maioria do Leste Europeu,
evitando o surgimento de uma
crise diplomática apenas quatro
dias antes da expansão européia.
"Tivemos uma manhã de trabalho excelente. Gostaria que todas
fossem tão produtivas", declarou
Chris Patten, comissário das Relações Exteriores da UE, ao lado dos
chanceleres russo, Serguei Lavrov, e irlandês, Brian Cowen.
O Acordo de Parceria e de Cooperação regula os laços entre
Moscou e os 15 atuais Estados-membros da UE. Segundo analistas ouvidos pela Folha, a Rússia
acabou sendo compelida a aceitar
a ampliação do acordo com os europeus porque a expansão da UE
é um "fato consumado" e porque
percebeu que tem mais a ganhar
ao aproximar-se da Europa.
"Os russos fizeram várias concessões estratégicas para aproximar-se dos EUA na última década. Entretanto nunca foram tratados como parceiros reais. Agora
percebem que a UE pode ser algo
muito mais interessante para eles
do que imaginavam", analisou
Charles Kupchan, diretor de estudos europeus do Council on Foreign Relations (Washington).
"A Alemanha já é a maior parceira comercial da Rússia, que,
com o tempo, pretende ter um
acesso mais fácil a todo o mercado europeu. Expandindo o acordo de cooperação com a UE, os
russos perdem certas vantagens
comerciais em relação aos países
bálticos e à Eslováquia, mas ganham outras no que tange aos 25
atuais ou futuros Estados da UE."
De fato, a Rússia vinha bloqueando a ampliação do acordo
por temer perder privilégios comerciais relacionados a seus vizinhos do Leste Europeu. Moscou
chegou até a usar o tratamento da
minoria russa na Estônia e na Letônia como carta de negociação.
Todavia Lavrov minimizou a
importância desse tema na reunião de ontem, em Luxemburgo.
Ademais, a Rússia, que temia ter
perdas vultosas com a expansão
da UE, afirmou que ela não a afetará. "Não houve milagre. Havia
boatos demais", disse o chanceler.
"A suspeita de que a minoria
russa possa deixar de ser protegida após a expansão é descabida, já
que a UE tem mecanismos estritos de defesa dos direitos humanos e das minorias étnicas, podendo até aplicar sanções a seus
membros", explicou Anne-Marie
Le Gloannec, diretora do Centro
Marc Bloch, um instituto de pesquisas franco-alemão (Berlim).
Com agências internacionais
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