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ARGENTINA
Objetivo é substituir juízes indicados por Menem
Ministro da Justiça de Kirchner quer mudanças na Suprema Corte
ELAINE COTTA
DE BUENOS AIRES
As críticas feitas pelo presidente
argentino, Néstor Kirchner, ao
sistema judicial do país começaram a ganhar voz. O ministro da
Justiça, Gustavo Beliz, deixou claro que pretende realizar mudanças na Suprema Corte, composta
por nove ministros, dos quais cinco foram nomeados durante o governo do ex-presidente Carlos
Menem (1989-1999).
Beliz afirmou ontem que seria
mais "saudável" se alguns ministros deixassem "voluntariamente
os cargos". Por lei, os integrantes
da Suprema Corte só podem ser
substituídos quando morrem, pedem demissão ou são afastados
pelo Congresso. Neste caso, se for
comprovado elo com corrupção.
A indicação de Beliz para a pasta da Justiça foi a mais criticada.
Vinculado ao Opus Dei, grupo religioso conservador com grande
influência no Vaticano, Beliz é o
único ministro atual que passou
pelo governo Menem. Foi ministro do Interior entre 1989 e 1993,
quando pediu demissão. Acusou
o ex-presidente de envolvimento
com corrupção. Especula-se que
ele simpatize com os generais do
governo militar (1976-1983).
Segundo Beliz, a intenção do
governo é "combater a corrupção
e melhorar a qualidade institucional do país". "Governabilidade
não é sinônimo de impunidade.
Terminaram as extorsões. Não
vamos obstruir nenhum tipo de
investigação", afirmou.
Kirchner chegou a articular no
Congresso, no final do ano passado, a criação de uma comissão para investigar todos os juizes, mas
não teve êxito. Como presidente,
talvez tenha mais força para cobrar uma ação legislativa.
Atualmente, o juiz Carlos Fayt
está sendo investigado por ter autorizado a liberação de recursos
presos no chamado "corralito".
Os deputados afirmam que Fayt
pode tirado proveito da decisão,
pois tinha cerca de US$ 200 mil
depositados no Banco Nación.
Forças Armadas
O governo confirmou ontem a
nova composição do comando
das Forças Armadas. O brigadeiro Carlos Alberto Rohde ficará
com a Força Aérea. O general Roberto Fernando Bendini e o almirante Jorge Omar Godoy assumirão, respectivamente, o Exército e
a Marinha. Todos são próximos a
Kirchner. Bendini e Godoy fizeram carreira na Patagônia.
O governo argentino também
confirmou o nome de Juan Pablo
Lohlé para a Embaixada da Argentina no Brasil. Lohlé, diretor
do Centro de Estudos Políticos e
Internacionais, foi considerado o
mentor internacional de Kirchner
na campanha e tem vínculos com
o setor empresarial brasileiro.
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