São Paulo, quinta-feira, 28 de maio de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

memória

Divisão é herança da Guerra Fria

PETER POPHAM
DO "INDEPENDENT"

Ela foi por décadas um símbolo da Guerra Fria tão assustador quanto o Muro de Berlim. A DMZ, mal-nomeada "zona desmilitarizada" da Coreia, atravessa a península no paralelo 38, estendendo-se por 250 km de minas terrestres e armadilhas para tanques. É a zona que mantinha separados os enormes Exércitos das Coreias do Norte e do Sul.
A DMZ marca o ponto em que a Guerra da Coreia começou e terminou, e ontem os fantasmas voltaram quando Pyongyang anunciou que não aceita mais o armistício que pôs fim à guerra, em 1953.
É a chamada "Guerra Esquecida", porque ficou à sombra da Segunda Guerra e da Guerra do Vietnã. No fim da Segunda Guerra, a União Soviética e os EUA concordaram em fracionar em duas a Coreia, ex-colônia do Japão, traçando a divisão no paralelo 38.
Regimes-clientes surgiram de ambos os lados, mas nenhum aceitou como permanente a divisão, brutalmente artificial: fizeram da reunificação coreana sua meta política. Após anos de incidentes, a guerra começou quando tanques da Coreia do Norte se esparramaram para o sul da fronteira, em 1950.
Quase dominaram o Sul, mas os EUA os detiveram. O general Douglas MacArthur prometeu encerrar a guerra com armas nucleares. Essa é uma das razões porque a obtenção de uma arma nuclear é uma obsessão do Norte.
Após a morte de 600 mil soldados e com a destruição das cidades, a guerra terminou em um impasse, e a hostilidade amarga impediu os lados de assinar um acordo de paz. Ontem, mesmo a meia medida que silenciou as armas acabou.


Tradução de CLARA ALLAIN


Texto Anterior: Coreia do Norte invalida trégua com Seul
Próximo Texto: Sul tem armas mais modernas; Norte, mais soldados
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.