|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
memória
Divisão é herança da Guerra Fria
PETER POPHAM
DO "INDEPENDENT"
Ela foi por décadas um
símbolo da Guerra Fria
tão assustador quanto o
Muro de Berlim. A DMZ,
mal-nomeada "zona desmilitarizada" da Coreia,
atravessa a península no
paralelo 38, estendendo-se por 250 km de minas
terrestres e armadilhas
para tanques. É a zona que
mantinha separados os
enormes Exércitos das
Coreias do Norte e do Sul.
A DMZ marca o ponto
em que a Guerra da Coreia
começou e terminou, e ontem os fantasmas voltaram quando Pyongyang
anunciou que não aceita
mais o armistício que pôs
fim à guerra, em 1953.
É a chamada "Guerra
Esquecida", porque ficou à
sombra da Segunda Guerra e da Guerra do Vietnã.
No fim da Segunda
Guerra, a União Soviética
e os EUA concordaram em
fracionar em duas a Coreia, ex-colônia do Japão,
traçando a divisão no paralelo 38.
Regimes-clientes surgiram de ambos os lados,
mas nenhum aceitou como permanente a divisão,
brutalmente artificial: fizeram da reunificação coreana sua meta política.
Após anos de incidentes,
a guerra começou quando
tanques da Coreia do Norte se esparramaram para o
sul da fronteira, em 1950.
Quase dominaram o Sul,
mas os EUA os detiveram.
O general Douglas MacArthur prometeu encerrar a guerra com armas
nucleares. Essa é uma das
razões porque a obtenção
de uma arma nuclear é
uma obsessão do Norte.
Após a morte de 600 mil
soldados e com a destruição das cidades, a guerra
terminou em um impasse,
e a hostilidade amarga impediu os lados de assinar
um acordo de paz. Ontem,
mesmo a meia medida que
silenciou as armas acabou.
Tradução de CLARA ALLAIN
Texto Anterior: Coreia do Norte invalida trégua com Seul Próximo Texto: Sul tem armas mais modernas; Norte, mais soldados Índice
|