São Paulo, quarta-feira, 28 de junho de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Xanana planeja governo provisório para Timor Leste

Segundo assessores, presidente considera dissolver Parlamento e antecipar eleições

Com substituto de Alkatiri, que deixou cargo após mais de dois meses de crise, ainda indefinido, Ramos Horta é cotado para ser novo premiê


DA REDAÇÃO

O presidente de Timor Leste, Xanana Gusmão, anunciou ontem planos para formar um governo provisório após a renúncia do primeiro-ministro, Mari Alkatiri, que seguiu mais de dois meses de tensões políticas e violência no país.
Xanana deu a declaração em um encontro com os 12 membros do Conselho de Estado. Mais tarde, uma nota divulgada pela presidência informava que o presidente "vai iniciar imediatamente diligências para formar um governo no âmbito do atual quadro parlamentar", segundo a agência Lusa.
O comunicado oficial também afirma que, se não for possível a reformulação do governo, "o Presidente da República considerará a possibilidade de dissolver o Parlamento e antecipar as eleições gerais", inicialmente previstas para o começo do próximo ano.
Xanana não disse, no entanto, quem poderia substituir Mari Alkatiri, intimado na semana passada a responder a acusações de que teria apoiado a formação de um grupo de extermínio de seus inimigos políticos. Alkatiri, que nega as acusações, também era tido como pivô da crise por ter demitido 600 soldados -dos 1.400 que há no país- que entraram em greve, em março.
Tecnicamente, a Fretilin, partido de Alkatiri, é que deveria escolher um novo premiê, que seria depois designado por Xanana para compor o novo governo. O partido do ex-premiê tem 55 dos 88 assentos do Parlamento
Mas o presidente de Timor não considera mais a maioria da Fretilin legítima e não deve consultar o partido, segundo um de seus conselheiros, Mário Carrascalão.
À agência Associated Press, Carrascalão disse que o presidente deve escolher para substituir Alkatiri o ex-chanceler José Ramos Horta, ganhador do Nobel da Paz, que renunciou para pressionar o ex-premiê.
Outros candidatos cotados são a ministra de Estado, Ana Pessoa, o ministro da Saúde, Rui Maria Araújo, e o embaixador de Timor nas Nações Unidas, José Luis Guterres.
Ontem, cerca de 2.000 manifestantes se reuniram a 40 km da capital de Timor Leste, Dili, para apoiar Alkatiri.

Japão
O Japão deve mandar forças de paz para Timor Leste, segundo o chanceler japonês, Atsuko Sakata. Segundo Sakata, o país "quer contribuir com os esforços internacionais para restaurar a paz" em Timor.
Tóquio deve enviar homens de sua polícia civil -e não integrantes da Defesa, que estiveram em Timor Leste entre 2002 e 2004, segundo uma agência de notícias japonesa que cita fontes no governo.


Com agências internacionais

Texto Anterior: Foco: "Seis estrelas, seis estrelas", celebram haitianos após o jogo do Brasil na Copa
Próximo Texto: "Eixo do mal": Irã não ganha com negociação, afirma líder supremo do país
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.