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Xanana planeja governo provisório para Timor Leste
Segundo assessores, presidente considera dissolver Parlamento e antecipar eleições
Com substituto de Alkatiri, que deixou cargo após mais de dois meses de crise, ainda indefinido, Ramos Horta é cotado para ser novo premiê
DA REDAÇÃO
O presidente de Timor Leste,
Xanana Gusmão, anunciou ontem planos para formar um governo provisório após a renúncia do primeiro-ministro, Mari
Alkatiri, que seguiu mais de
dois meses de tensões políticas
e violência no país.
Xanana deu a declaração em
um encontro com os 12 membros do Conselho de Estado.
Mais tarde, uma nota divulgada
pela presidência informava que
o presidente "vai iniciar imediatamente diligências para
formar um governo no âmbito
do atual quadro parlamentar",
segundo a agência Lusa.
O comunicado oficial também afirma que, se não for possível a reformulação do governo, "o Presidente da República
considerará a possibilidade de
dissolver o Parlamento e antecipar as eleições gerais", inicialmente previstas para o começo
do próximo ano.
Xanana não disse, no entanto, quem poderia substituir
Mari Alkatiri, intimado na semana passada a responder a
acusações de que teria apoiado
a formação de um grupo de extermínio de seus inimigos políticos. Alkatiri, que nega as acusações, também era tido como
pivô da crise por ter demitido
600 soldados -dos 1.400 que
há no país- que entraram em
greve, em março.
Tecnicamente, a Fretilin,
partido de Alkatiri, é que deveria escolher um novo premiê,
que seria depois designado por
Xanana para compor o novo governo. O partido do ex-premiê
tem 55 dos 88 assentos do Parlamento
Mas o presidente de Timor
não considera mais a maioria
da Fretilin legítima e não deve
consultar o partido, segundo
um de seus conselheiros, Mário
Carrascalão.
À agência Associated Press,
Carrascalão disse que o presidente deve escolher para substituir Alkatiri o ex-chanceler
José Ramos Horta, ganhador
do Nobel da Paz, que renunciou
para pressionar o ex-premiê.
Outros candidatos cotados
são a ministra de Estado, Ana
Pessoa, o ministro da Saúde,
Rui Maria Araújo, e o embaixador de Timor nas Nações Unidas, José Luis Guterres.
Ontem, cerca de 2.000 manifestantes se reuniram a 40 km
da capital de Timor Leste, Dili,
para apoiar Alkatiri.
Japão
O Japão deve mandar forças
de paz para Timor Leste, segundo o chanceler japonês, Atsuko Sakata. Segundo Sakata, o
país "quer contribuir com os
esforços internacionais para
restaurar a paz" em Timor.
Tóquio deve enviar homens
de sua polícia civil -e não integrantes da Defesa, que estiveram em Timor Leste entre
2002 e 2004, segundo uma
agência de notícias japonesa
que cita fontes no governo.
Com agências internacionais
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