São Paulo, quinta-feira, 28 de junho de 2007

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Na China, 300 mi rumam para centros urbanos

CLÁUDIA TREVISAN
DA REPORTAGEM LOCAL

Controlado com mão-de-ferro pelo governo entre as décadas de 50 e 70, o processo de urbanização na China explodiu com as reformas econômicas de 1978, que levaram milhões de camponeses a se incorporarem às linhas de montagem das novas fábricas e aos milhares de canteiros de obras espalhados pelo país.
Mas ele está longe de concluído: as autoridades de Pequim estimam que 300 milhões de pessoas se mudarão do campo para as cidades nos próximos 20 anos.
Apesar da massiva urbanização das últimas três décadas, a China ainda tem 57% de sua população na zona rural -em 1978, quando as reformas foram aprovadas, o índice era de 82%. Segundo país mais populoso do mundo, a Índia tem um percentual ainda maior de pessoas no campo: 72%.
Nos 26 anos decorridos entre 1952 e 1978, a população urbana da China cresceu 141%, para 172 milhões, ritmo quase três vezes superior ao da expansão da população rural, que aumentou 57% no período, para 790 milhões.
Depois de 1978, o ritmo de urbanização se acelerou. Nos 28 anos decorridos até 2006, os moradores das cidades saltaram de 172 milhões a 562 milhões, alta de 226%. O número de habitantes do campo diminuiu 6% no período, de 790 milhões para 745 milhões.
A partir de 1978, o governo flexibilizou gradualmente o sistema de registro de residência conhecido como "hukou", que impedia a livre movimentação de pessoas no país. Para morar em uma cidade, qualquer chinês deveria ter uma justificativa e obter um registro junto às autoridades municipais. Sem ele, não conseguiria matricular seu filho na escola nem trabalhar legalmente.
O "hukou" continua a existir e é ele que impede um massivo êxodo rural. Mas há tolerância crescente em relação aos cerca de 150 milhões de migrantes rurais que inundam as cidades em busca de emprego.


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