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Na China, 300 mi rumam para centros urbanos
CLÁUDIA TREVISAN
DA REPORTAGEM LOCAL
Controlado com mão-de-ferro pelo governo entre as
décadas de 50 e 70, o processo de urbanização na China
explodiu com as reformas
econômicas de 1978, que levaram milhões de camponeses a se incorporarem às linhas de montagem das novas
fábricas e aos milhares de
canteiros de obras espalhados pelo país.
Mas ele está longe de concluído: as autoridades de Pequim estimam que 300 milhões de pessoas se mudarão
do campo para as cidades nos
próximos 20 anos.
Apesar da massiva urbanização das últimas três décadas, a China ainda tem 57%
de sua população na zona rural -em 1978, quando as reformas foram aprovadas, o
índice era de 82%. Segundo
país mais populoso do mundo, a Índia tem um percentual ainda maior de pessoas
no campo: 72%.
Nos 26 anos decorridos
entre 1952 e 1978, a população urbana da China cresceu
141%, para 172 milhões, ritmo quase três vezes superior
ao da expansão da população
rural, que aumentou 57% no
período, para 790 milhões.
Depois de 1978, o ritmo de
urbanização se acelerou. Nos
28 anos decorridos até 2006,
os moradores das cidades
saltaram de 172 milhões a
562 milhões, alta de 226%. O
número de habitantes do
campo diminuiu 6% no período, de 790 milhões para
745 milhões.
A partir de 1978, o governo
flexibilizou gradualmente o
sistema de registro de residência conhecido como "hukou", que impedia a livre movimentação de pessoas no
país. Para morar em uma cidade, qualquer chinês deveria ter uma justificativa e obter um registro junto às autoridades municipais. Sem ele,
não conseguiria matricular
seu filho na escola nem trabalhar legalmente.
O "hukou" continua a existir e é ele que impede um
massivo êxodo rural. Mas há
tolerância crescente em relação aos cerca de 150 milhões
de migrantes rurais que
inundam as cidades em busca de emprego.
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