São Paulo, terça-feira, 28 de junho de 2011

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Ausência de Chávez lança debate sobre sua sucessão

Hospitalizado fora do país, venezuelano não tem substituto claro em seu partido

Chavistas negam rumor de que presidente tenha câncer de próstata; por sua vez, oposição vê 'apagão informativo'

FLÁVIA MARREIRO
DE CARACAS

A convalescência de Hugo Chávez e os rumores sobre sua saúde jogam luz sobre um ponto débil de seu projeto político: após mais de 12 anos no poder, o presidente venezuelano não tem um sucessor claro em seu partido.
Até semanas atrás, o debate nem sequer tinha espaço, já que Chávez já havia anunciado que tentará se reeleger em 2012 para mais seis anos.
A discussão se iniciou no dia 11, quando o governo venezuelano confirmou que o presidente se submetera a cirurgia em Cuba para retirar abscesso pélvico e que não havia data de retorno. Ao todo, são 23 dias fora do país.
"A ausência precipitou esse debate", diz o sociólogo alemão radicado no México Heinz Dietirich, ex-aliado de Chávez. O sociólogo Nicmer Evans, próximo do governo, cobrou formação de quadros.
O governo diz que o presidente está em "franca recuperação", e o próprio Chávez afirmou em sua mais recente aparição ao vivo na TV, há 15 dias, que os exames não diagnosticaram "nada maligno".
Porém versões de que o presidente tem um quadro "crítico" ou sofre de câncer de próstata surgiram em reportagens do jornal "El Nuevo Herald", de Miami, citando fontes dos EUA, e do venezuelano "El Universal".
A deputada chavista Cília Flores disse que o mandatário falou por telefone com os dirigentes de seu partido. No sexta e no sábado, Chávez também postou no Twitter.
A oposição cobra o fim do "apagão informativo". "É uma irresponsabilidade. O que está por trás do silêncio é uma estratégia política. Chávez quer voltar como um herói, capaz de vencer até a morte", disse à Folha o opositor governador de Miranda, Henrique Capriles.


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