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GUERRA NO ORIENTE MÉDIO
Israel prepara guerra "prolongada"
Governo convoca reservistas e diz que fracasso da reunião de Roma em pedir cessar-fogo é "permissão" para ofensiva
Até 30 mil tropas israelenses
reforçarão operações no sul do Líbano; União Européia nega ter dado luz verde para ataques contra o Hizbollah
MICHEL GAWENDO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE TZFAT
O governo de Israel aprovou
ontem a convocação de 15 mil a
30 mil reservistas para o que
chamou de ação "prolongada e
sem limite de tempo" contra o
Hizbollah no Líbano, apesar de
afirmar que não pretende uma
invasão em grande escala. O
conflito, iniciado depois que o
grupo xiita seqüestrou dois soldados israelenses, entrou ontem no 15º dia.
Autoridades israelenses deram ontem declarações indicando que o país entende que
não há pressão internacional
pelo fim dos ataques, apesar
das declarações contrárias da
UE (União Européia).
A manifestação mais explícita foi do ministro da Justiça,
Haim Ramon: "Recebemos
permissão da conferência de
Roma, na verdade do mundo,
parte cerrando os dentes e parte dando sua bênção, para continuar esta operação, esta guerra, até que a presença do Hizbollah seja apagada do Líbano e
que o grupo seja desarmado."
Ele se referia à reunião de 14
países realizada na quarta-feira
na capital italiana, na qual a secretária de Estado americana,
Condoleezza Rice, vetou a proposta de um cessar-fogo imediato, defendida pelo Líbano e
por parte dos países da UE.
A declaração final do encontro foi um compromisso vago
de "trabalhar imediatamente
na direção de um cessar-fogo".
Do encontro não participaram
Israel, Irã e Síria, diretamente
envolvidos no atual conflito.
Autoridades européias negaram ter dado luz verde para a
ofensiva. Erkki Tuomioja, ministro do Exterior da Finlândia,
que preside a UE, disse que a
interpretação de Israel é "totalmente errada".
"Toda a idéia da conferência
de Roma foi ajudar a acabar rapidamente com a guerra e com
as hostilidades", disse Tuomioja, que se encontrou com o premiê de Israel, Ehud Olmert.
Olmert afirma que Israel
prefere, ao cessar-fogo imediato, o envio de forças de intervenção da Otan ao sul do Líbano para impedir ataques do
Hizbollah. Mas nenhum país da
aliança militar ocidental comprometeu-se a enviar soldados.
"Estamos recrutando tropas
de reserva para que, se houver
necessidade, possamos exercer
a força necessária a fim de proteger o Estado de Israel e atingir os objetivos da operação",
disse o ministro da Defesa de
Israel, Amir Peretz, em entrevista com Dan Halutz, chefe do
Estado-Maior israelense.
A convocação de reservistas
foi decidida em reuniões de
emergência marcadas por Olmert depois que nove soldados
de Israel foram mortos em uma
emboscada do Hizbollah durante batalha em Bint Jbeil,
principal centro do grupo terrorista no sul do Líbano.
Todos os israelenses servem
três anos no Exército e ficam na
reserva até por volta dos 40. Os
militares dizem que as tropas
convocadas vão fazer revezamento nos combates no sul do
Líbano para aliviar a pressão
sobre os soldados regulares.
O governo israelense disse
que não mudará a estratégia:
incursões contra áreas sob controle do Hizbollah, com apoio
de bombardeios. Alguns militares pedem invasão mais ampla.
O conflito já provocou a morte
de mais de 400 libaneses, a
grande maioria civis, e de 52 israelenses, dos quais 19 civis.
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