São Paulo, sábado, 28 de julho de 2007

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Empresa dos EUA é absolvida de ação em mortes na Colômbia

Mineradora Drummond era acusada de financiar grupos paramilitares que assassinaram três sindicalistas em 2001

Caso é marco em processo contra firmas americanas por suspeita de abusos cometidos no exterior; Uribe comemora resultado

DA REDAÇÃO

Uma corte civil do Alabama absolveu a mineradora americana Drummond da acusação de financiar paramilitares na Colômbia que assassinaram, em 2001, três líderes sindicais do país que se opunham a políticas da empresa.
O júri considerou que nem a empresa nem o presidente das operações da Drummond na Colômbia, Augusto Jimenez, poderiam ser responsabilizados pelas mortes. Os advogados das famílias dos sindicalistas e do sindicato, que iniciaram a ação, disseram que vão apelar da decisão.
O presidente Álvaro Uribe comemorou a absolvição. Ele qualificou o julgamento de uma "montagem jurídica para manchar a honra da pátria".
O julgamento da Drummond é considerado um marco porque poderia abrir precedente para que companhias americanas fossem processadas nos EUA por crimes de direitos humanos supostamente cometidos no exterior. Foi a primeira vez que uma ação foi baseada na Lei sobre Tortura de Estrangeiros, de 1789.
Segundo a acusação, a Drummond ajudou as AUC (Autodefesas Unidas da Colômbia) com dinheiro, equipamentos e veículos na ação que culminou na morte dos sindicalistas. A empresa sempre negou qualquer vínculo com os "paras".
Em março de 2001, paramilitares emboscaram um ônibus da Drummond que transportava os líderes sindicais Valmore Locarno e Victor Orcasita. Locarno foi morto com um tiro na cabeça. Orcasita, torturado e depois assassinado. Um terceiro líder sindicalista, Gustavo Soler, foi achado morto em outubro do mesmo ano.
De acordo com a acusação, o sindicato dos mineiros negociava na época melhorias na segurança, após a morte de três trabalhadores em uma mina.
Em outro caso envolvendo empresas americanas, a bananeira Chiquita aceitou pagar US$ 25 milhões em multas neste mês após admitir à Justiça dos EUA ter pago US$ 1,7 milhão a paramilitares em troca de "proteção", entre 1994 e 2004.


Com agências internacionais


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