|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Empresa dos EUA é absolvida de ação em mortes na Colômbia
Mineradora Drummond era acusada de financiar grupos paramilitares que assassinaram três sindicalistas em 2001
Caso é marco em processo contra firmas americanas por suspeita de abusos cometidos no exterior; Uribe comemora resultado
DA REDAÇÃO
Uma corte civil do Alabama
absolveu a mineradora americana Drummond da acusação
de financiar paramilitares na
Colômbia que assassinaram,
em 2001, três líderes sindicais
do país que se opunham a políticas da empresa.
O júri considerou que nem a
empresa nem o presidente das
operações da Drummond na
Colômbia, Augusto Jimenez,
poderiam ser responsabilizados pelas mortes. Os advogados
das famílias dos sindicalistas e
do sindicato, que iniciaram a
ação, disseram que vão apelar
da decisão.
O presidente Álvaro Uribe
comemorou a absolvição. Ele
qualificou o julgamento de uma
"montagem jurídica para manchar a honra da pátria".
O julgamento da Drummond
é considerado um marco porque poderia abrir precedente
para que companhias americanas fossem processadas nos
EUA por crimes de direitos humanos supostamente cometidos no exterior. Foi a primeira
vez que uma ação foi baseada
na Lei sobre Tortura de Estrangeiros, de 1789.
Segundo a acusação, a Drummond ajudou as AUC (Autodefesas Unidas da Colômbia) com
dinheiro, equipamentos e veículos na ação que culminou na
morte dos sindicalistas. A empresa sempre negou qualquer
vínculo com os "paras".
Em março de 2001, paramilitares emboscaram um ônibus
da Drummond que transportava os líderes sindicais Valmore
Locarno e Victor Orcasita. Locarno foi morto com um tiro na
cabeça. Orcasita, torturado e
depois assassinado. Um terceiro líder sindicalista, Gustavo
Soler, foi achado morto em outubro do mesmo ano.
De acordo com a acusação, o
sindicato dos mineiros negociava na época melhorias na segurança, após a morte de três
trabalhadores em uma mina.
Em outro caso envolvendo
empresas americanas, a bananeira Chiquita aceitou pagar
US$ 25 milhões em multas neste mês após admitir à Justiça
dos EUA ter pago US$ 1,7 milhão a paramilitares em troca
de "proteção", entre 1994 e
2004.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Guerra sem limites: Austrália liberta suspeito de envolvimento em atentados Próximo Texto: Incêndios florestais: Governo italiano decreta estado de catástrofe natural Índice
|