ISABEL VERSIANI
de Londres

O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, anunciou ontem a primeira reforma ministerial em seu gabinete desde que tomou posse, em maio de 1997. Peter Mandelson, ministro sem pasta que visitou o Brasil na semana passada, foi promovido a ministro da Indústria e do Comércio.
A promoção de Mandelson já era esperada. Um dos principais arquitetos da reforma do Partido Trabalhista e da campanha eleitoral de Blair, Mandelson ocupava até ontem um cargo que corresponde ao de chefe da Casa Civil e secretário de Comunicações.
Em sua visita ao Brasil, Mandelson causou polêmica. Ele se encontrou com o presidente Fernando Henrique Cardoso, a quem elogiou. Além disso, afirmou que seria surpresa a vitória do candidato oposicionista, Luiz Inácio Lula da Silva, e chamou as propostas petistas de "retrógradas".
O PT tradicionalmente mantinha boas relações com os trabalhistas britânicos, e as declarações do novo ministro desagradaram à direção do partido.
Por sua importância política e proximidade com Blair, ninguém duvidava de que, na reforma, Mandelson viraria ministro.
Responsável pela imagem do governo, Mandelson é uma figura controversa. Por sua habilidade em lidar com a mídia, ele é tachado por alguns de manipulador.
Comenta-se ainda que ele não teria uma boa relação com o poderoso ministro da Fazenda, Gordon Brown, com quem terá que trabalhar com maior afinidade agora.
Blair também criou o cargo de coordenador político do governo. O novo posto, que será ocupado por Jack Cunningham, ex-secretário de Agricultura, está sendo considerado um dos de maior influência no gabinete.
Caberá ao coordenador fiscalizar o trabalho dos ministros para garantir que as políticas do governo estejam sendo devidamente postas em prática. Cunningham, 58, foi eleito parlamentar pela primeira vez em 1970 e é um dos membros mais experientes da equipe de Blair.



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