São Paulo, quarta-feira, 28 de agosto de 2002

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Corte proíbe EUA de deportar em segredo

ANDREW GUMBEL
DO "THE INDEPENDENT", EM LOS ANGELES

Grupos de defesa das liberdades civis obtiveram uma vitória histórica contra o governo de George W. Bush ontem quando um tribunal federal de apelações condenou a política do governo de deter estrangeiros após 11 de setembro e deportá-los em segredo.
O tribunal, com sede em Cincinnati, mandou o governo abrir audiências de deportação ao público e à imprensa e acusou o Departamento da Justiça de subverter os valores democráticos fundamentais dos EUA ao tentar "arrancar as pessoas de suas vidas, longe do olhar do público e atrás de portas fechadas".
"Democracias morrem atrás de portas fechadas", afirmou a sentença unânime. "Um governo operando na sombra do segredo se encontra em completa oposição à sociedade idealizada pelos autores de nossa Constituição."
A linguagem particularmente forte tornou essa sentença a mais firme condenação judicial da "guerra ao terror" declarada pelo governo Bush. Outro tribunal federal ordenou recentemente o governo a identificar os suspeitos detidos desde 11 de setembro.
A decisão foi uma vitória para grupos de defesa das liberdades civis. "Quero chorar de tão boa que é [a sentença]", disse Lucy Dalglish, do Comitê de Repórteres pela Liberdade de Imprensa.
A sentença de Cincinnati está relacionada ao caso de Rabih Haddad, co-fundador da ONG islâmica Global Relief Foundation, detido em dezembro e preso sem acusação desde então. O governo não apresentou provas contra ele, que já teve três audiências de deportação a portas fechadas.


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