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Corte proíbe EUA de deportar em segredo
ANDREW GUMBEL
DO "THE INDEPENDENT", EM LOS ANGELES
Grupos de defesa das liberdades civis obtiveram uma vitória histórica contra o governo de George W. Bush ontem quando um tribunal federal de apelações condenou a política do governo de deter estrangeiros após 11 de setembro e deportá-los em segredo.
O tribunal, com sede em Cincinnati, mandou o governo abrir audiências de deportação ao público e à imprensa e acusou o Departamento da Justiça de subverter os valores democráticos fundamentais dos EUA ao tentar "arrancar as pessoas de suas vidas, longe do olhar do público e atrás de portas fechadas".
"Democracias morrem atrás de portas fechadas", afirmou a sentença unânime. "Um governo operando na sombra do segredo se encontra em completa oposição à sociedade idealizada pelos
autores de nossa Constituição."
A linguagem particularmente
forte tornou essa sentença a mais
firme condenação judicial da
"guerra ao terror" declarada pelo
governo Bush. Outro tribunal federal ordenou recentemente o governo a identificar os suspeitos
detidos desde 11 de setembro.
A decisão foi uma vitória para
grupos de defesa das liberdades
civis. "Quero chorar de tão boa
que é [a sentença]", disse Lucy
Dalglish, do Comitê de Repórteres pela Liberdade de Imprensa.
A sentença de Cincinnati está
relacionada ao caso de Rabih
Haddad, co-fundador da ONG islâmica Global Relief Foundation,
detido em dezembro e preso sem
acusação desde então. O governo
não apresentou provas contra ele,
que já teve três audiências de deportação a portas fechadas.
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