DA REDAÇÃO

O presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Iasser Arafat, 75, desmaiou e ficou inconsciente por dez minutos ontem. Relatos diziam que seu estado de saúde era gravíssimo, mas que o quadro era estável.
Autoridades palestinas negavam que a situação fosse crítica, afirmando apenas que o líder palestino estava com problemas estomacais. Nos últimos dias, porém, cresceram as especulações de que a doença seja mais grave.
Segundo o diário israelense "Haaretz", um ministro palestino afirmou, em condição de anonimato, que "Arafat está muito, muito, doente e médicos lutam para salvar a vida dele".
Arafat está confinado em seu QG (Muqata) há dois anos e meio por forças de Israel, que o acusa de ligações com o terrorismo.
Seu desmaio ocorreu durante jantar do qual participavam o premiê Ahmed Korei e o seu antecessor, Mahmoud Abbas (também conhecido como Abu Mazen). Arafat vomitou e em seguido desmaiou.
Israel autorizou a transferência de Arafat para um hospital em qualquer parte do mundo. Porém as autoridades israelenses disseram que não é possível confirmar se o líder palestino poderá voltar aos territórios palestinos após uma possível recuperação.
A Jordânia e o Egito enviaram equipes médicas para auxiliar no tratamento dele. Tunisianos já participavam do tratamento e até mesmo especialistas americanos eram esperados.
Suha Arafat, mulher do líder palestino, deixou Paris, onde vive, e estava a caminho de Ramallah, aumentando ainda mais os rumores de que a situação do presidente palestino é grave.
As principais autoridades palestinas presentes no Muqata insistiam que o líder palestino não corre risco de morrer. Do lado de fora, dezenas de palestinos começavam a se reunir e ambulâncias estavam estacionadas.
Nesta semana, ele chegou a ficar sem se alimentar devido à sua doença. Depois, debilitado, teve que comer durante o dia, quebrando o jejum do Ramadã (mês sagrado para os islâmicos) -o líder palestino é muçulmano.
Segundo a rede de TV árabe Al Jazira, Arafat nomeou um triunvirato para sucedê-lo caso ele tenha que passar por uma cirurgia. Os membros são: o premiê Ahmed Korei, seu antecessor Mahmoud Abbas (também conhecido como Abu Mazen) e o presidente do Conselho Legislativo Palestino, Salim al Zaanoun.
Porém Nabil Abu Rudeinah, principal assessor de Arafat, disse que não há nada nesse sentido.
Segundo a hierarquia oficial, o homem mais forte depois de Arafat é o premiê Ahmed Korei. Porém ele não tem a importância histórica de Arafat. Outro líder que se destacou recentemente é o ex-chefe da segurança palestina em Gaza Mohammed Dahlan considerado um dos principais rivais de Arafat no Fatah.