São Paulo, domingo, 28 de outubro de 2007

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Escândalo da "parapolítica" deixou competição mais clara

DE CARACAS

Apesar de a campanha eleitoral ter registrado um alto índice de violência, o recente escândalo da "parapolítica" deu mais transparência às eleições de hoje ao expor a infiltração dos paramilitares nas campanhas eleitorais. A avaliação é de Alejandra Barrios, diretora-executiva da ONG Missão de Observação Eleitoral (MOE).
"Neste ano, melhorou a informação sobre a relação entre paramilitares e políticos. Na medida em que essa informação é pública, foi possível informar aos cidadãos quem são os funcionários públicos -entre congressistas, ex-governadores e ex-prefeitos- que tiveram relação com os grupos paramilitares e estão apoiando alguns candidatos. Nesse sentido, é positivo", disse Barrios em entrevista por telefone à Folha.
O envolvimento de políticos da base do presidente Álvaro Uribe com paramilitares, ligados principalmente às AUC (Autodefesas Unidas da Colômbia), que estourou no início do ano, já envolveu 41 congressistas. É o maior escândalo da gestão, iniciada há cinco anos.
Para Barrios, no entanto, a violência não variou significativamente em relação a quatro anos atrás. "Continuamos fazendo eleições em meio a ações violentas, tanto dos paramilitares quanto da guerrilha [Farc]."
"Em pelo menos 90% dos municípios do país, há constrangimentos ao eleitor", diz, citando que a compra de votos é prática generalizada, acompanhada ou não de atos violentos. "Nossos padrões de democracia não são os mesmos do restante da América Latina. As eleições aqui sofrem muitas contingências negativas."
Segundo a ONG, fundada em 2005, a maior violência é no centro-norte do país, geralmente em cidades de pouca população e com forte presença de grupos armados ilegais.
A MOE é financiada por entidades internacionais, entre as quais Oxfam e USAID (agência do governo dos EUA).(FM)

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