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Escândalo da "parapolítica" deixou competição mais clara
DE CARACAS
Apesar de a campanha eleitoral ter registrado um alto índice
de violência, o recente escândalo da "parapolítica" deu mais
transparência às eleições de
hoje ao expor a infiltração dos
paramilitares nas campanhas
eleitorais. A avaliação é de Alejandra Barrios, diretora-executiva da ONG Missão de Observação Eleitoral (MOE).
"Neste ano, melhorou a informação sobre a relação entre
paramilitares e políticos. Na
medida em que essa informação é pública, foi possível informar aos cidadãos quem são os
funcionários públicos -entre
congressistas, ex-governadores
e ex-prefeitos- que tiveram relação com os grupos paramilitares e estão apoiando alguns
candidatos. Nesse sentido, é
positivo", disse Barrios em entrevista por telefone à Folha.
O envolvimento de políticos
da base do presidente Álvaro
Uribe com paramilitares, ligados principalmente às AUC
(Autodefesas Unidas da Colômbia), que estourou no início
do ano, já envolveu 41 congressistas. É o maior escândalo da
gestão, iniciada há cinco anos.
Para Barrios, no entanto, a
violência não variou significativamente em relação a quatro
anos atrás. "Continuamos fazendo eleições em meio a ações
violentas, tanto dos paramilitares quanto da guerrilha [Farc]."
"Em pelo menos 90% dos
municípios do país, há constrangimentos ao eleitor", diz,
citando que a compra de votos
é prática generalizada, acompanhada ou não de atos violentos. "Nossos padrões de democracia não são os mesmos do
restante da América Latina. As
eleições aqui sofrem muitas
contingências negativas."
Segundo a ONG, fundada em
2005, a maior violência é no
centro-norte do país, geralmente em cidades de pouca população e com forte presença
de grupos armados ilegais.
A MOE é financiada por entidades internacionais, entre as
quais Oxfam e USAID (agência
do governo dos EUA).(FM)
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