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EUA amargam novo recorde no Afeganistão
Outubro, que contabiliza 55 mortes de soldados americanos, é o mês com mais óbitos desde a invasão do país em 2001
Escalada da violência ocorre no momento em que o governo de Barack Obama discute o envio de novas tropas ao conflito afegão
DA REDAÇÃO
Dois ataques a bomba no sul
do Afeganistão causaram ontem a morte de oito soldados
dos EUA, tornando este o mês
com o maior número de mortes
de militares americanos no
país desde a invasão, em 2001.
Em um dos ataques, sete militares morreram enquanto faziam patrulhas. Segundo um
porta-voz militar, o ataque matou ainda um civil. O oitavo
americano foi morto em uma
segunda explosão, também no
sul do país. O Exército não divulgou a exata localização dos
ataques, mas fontes diplomáticas em Washington informaram que eles ocorreram na Província de Candahar.
As mortes elevaram para 55 o
número de baixas entre soldados americanos no mês de outubro. O último recorde havia
sido registrado em agosto,
quando 51 militares morreram
em uma série de ataques realizada pelo Taleban, cuja insurgência está em seu ponto mais
alto em oito anos de guerra.
Desde 2001, mais de 900 soldados dos EUA perderam a vida.
A escalada da violência ocorre em um momento em que o
presidente americano, Barack
Obama, analisa se irá ou não
enviar mais tropas para a guerra afegã. Em 2009, 21 mil soldados extras desembarcaram no
Afeganistão -o número aumentará para 68 mil até o fim
do ano. Mas o comandante das
forças americanas e da Otan
(aliança militar ocidental) no
país, Stanley McChrystal, solicitou ao menos mais 40 mil.
Ontem, o porta-voz da Casa
Branca, Robert Gibbs, disse que
Obama praticamente finalizou
a etapa de reunir informações
sobre a guerra afegã, mas que
ainda irá analisar as opções antes de fazer um anúncio sobre
um possível aumento de tropas. Gibbs afirmou que uma
reunião entre os quatro comandantes militares dos EUA
na sexta-feira será uma das últimas fases do processo, mas
repetiu -como tem feito recentemente- que uma decisão
deve levar algumas semanas.
Renúncia em protesto
Enquanto a decisão não sai, o
"Washington Post" informou
ontem que Matthew Hoh, funcionário do Departamento de
Estado, foi o primeiro membro
do governo Obama a renunciar
em protesto contra a Guerra do
Afeganistão.
"Tenho dúvidas e reservas
sobre nossa estratégia recente
e nossa estratégia planejada para o futuro, mas minha renúncia é baseada não na forma pela
qual conduzimos essa guerra, e
sim por que e com qual objetivo", escreveu Hoh em uma carta de 10 de setembro.
Ex-capitão dos Fuzileiros
Navais com experiência de
combate no Iraque, Hoh trabalhava no Departamento de Estado desde janeiro. Em julho,
passou a ser o funcionário de
mais alta hierarquia na Província de Zabul, no sul do Afeganistão, onde existe uma forte
presença dos insurgentes.
Ao "Post" ele disse que muitos afegãos combatem os EUA
porque há tropas americanas
no país e porque Washington
apoia um governo corrupto instalado em Cabul.
Com agências internacionais
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