São Paulo, quarta-feira, 28 de outubro de 2009

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EUA amargam novo recorde no Afeganistão

Outubro, que contabiliza 55 mortes de soldados americanos, é o mês com mais óbitos desde a invasão do país em 2001

Escalada da violência ocorre no momento em que o governo de Barack Obama discute o envio de novas tropas ao conflito afegão


DA REDAÇÃO

Dois ataques a bomba no sul do Afeganistão causaram ontem a morte de oito soldados dos EUA, tornando este o mês com o maior número de mortes de militares americanos no país desde a invasão, em 2001.
Em um dos ataques, sete militares morreram enquanto faziam patrulhas. Segundo um porta-voz militar, o ataque matou ainda um civil. O oitavo americano foi morto em uma segunda explosão, também no sul do país. O Exército não divulgou a exata localização dos ataques, mas fontes diplomáticas em Washington informaram que eles ocorreram na Província de Candahar.
As mortes elevaram para 55 o número de baixas entre soldados americanos no mês de outubro. O último recorde havia sido registrado em agosto, quando 51 militares morreram em uma série de ataques realizada pelo Taleban, cuja insurgência está em seu ponto mais alto em oito anos de guerra. Desde 2001, mais de 900 soldados dos EUA perderam a vida.
A escalada da violência ocorre em um momento em que o presidente americano, Barack Obama, analisa se irá ou não enviar mais tropas para a guerra afegã. Em 2009, 21 mil soldados extras desembarcaram no Afeganistão -o número aumentará para 68 mil até o fim do ano. Mas o comandante das forças americanas e da Otan (aliança militar ocidental) no país, Stanley McChrystal, solicitou ao menos mais 40 mil.
Ontem, o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, disse que Obama praticamente finalizou a etapa de reunir informações sobre a guerra afegã, mas que ainda irá analisar as opções antes de fazer um anúncio sobre um possível aumento de tropas. Gibbs afirmou que uma reunião entre os quatro comandantes militares dos EUA na sexta-feira será uma das últimas fases do processo, mas repetiu -como tem feito recentemente- que uma decisão deve levar algumas semanas.

Renúncia em protesto
Enquanto a decisão não sai, o "Washington Post" informou ontem que Matthew Hoh, funcionário do Departamento de Estado, foi o primeiro membro do governo Obama a renunciar em protesto contra a Guerra do Afeganistão.
"Tenho dúvidas e reservas sobre nossa estratégia recente e nossa estratégia planejada para o futuro, mas minha renúncia é baseada não na forma pela qual conduzimos essa guerra, e sim por que e com qual objetivo", escreveu Hoh em uma carta de 10 de setembro.
Ex-capitão dos Fuzileiros Navais com experiência de combate no Iraque, Hoh trabalhava no Departamento de Estado desde janeiro. Em julho, passou a ser o funcionário de mais alta hierarquia na Província de Zabul, no sul do Afeganistão, onde existe uma forte presença dos insurgentes.
Ao "Post" ele disse que muitos afegãos combatem os EUA porque há tropas americanas no país e porque Washington apoia um governo corrupto instalado em Cabul.

Com agências internacionais



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