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ÁSIA
Guterres agiu em favor de Jacarta
Indonésia condena réu por massacre em Timor
DA REDAÇÃO
A Justiça da Indonésia condenou ontem a dez anos de prisão
Eurico Guterres, um dos mais importantes líderes milicianos que
combateram o levante da população de Timor Leste contra a ocupação indonésia em 1999.
"Os juízes consideraram o acusado culpado por graves violações
dos direitos humanos e por crimes contra a humanidade", disse
o juiz Herman Hutapea. Segundo
o magistrado, as ações de Guterres provocaram a morte de civis.
Ativistas dos direitos humanos
em Timor Leste e na Indonésia
criticaram o veredicto por considerá-lo ameno. A pena foi a mínima para esse tipo de crime.
Guterres é o mais conhecido líder paramilitar timorense recrutado pelo Exército indonésio para combater os defensores da independência de Timor Leste. Para as
vítimas, o nome de Guterres é sinônimo da violência nos últimos
dias de ocupação do território.
A sentença de Guterres foi a
mais dura dos julgamentos de autoridades do governo e milicianos
que estão sendo realizados pela
Justiça da Indonésia.
Eles são acusados de ter incitado e cometido atos de violência
após referendo que aprovou a independência do território em
agosto de 1999.
O condenado ouviu impacientemente a sentença. "Estou confuso sobre a condenação", disse o
miliciano a jornalistas. Segundo
ele, autoridades de segurança da
Indonésia é que deveriam estar
sendo condenadas. Ele afirmou
que apelará da decisão. Assim,
Guterres poderá permanecer livre
enquanto a Suprema Corte de Jacarta estuda o seu caso.
A ONU acusa o Exército da Indonésia e as milícias por ele
apoiadas de serem as responsáveis pela violência na época do referendo das Nações Unidas que
foi vencido pelos partidários da
independência. Cerca de 2.000 civis morreram e 250 mil tiveram
de deixar as suas casas.
Timor Leste se tornou totalmente independente em maio
deste ano, após um período de
transição sob a tutela da ONU.
Com agências internacionais
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