São Paulo, domingo, 28 de novembro de 2010

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Moradores temem ser alvo de represálias

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
EM BERGAMO

Independentemente do apoio ou não à administração, moradores da rua Quarenghi temem que a medida acabe se voltando contra eles próprios.
É o caso de Ettore Chiorda, 79, e Giovanni Marzani, 75, vizinhos num edifício nessa rua há 40 anos, que declaram ter votado no atual prefeito.
"Estou e não estou de acordo [com as novas medidas]. A situação piorou muito aqui", diz Chiorda, que conta ter dificuldades para dormir com o barulho à noite, mas nunca viu assaltos ou agressões na rua.
Marzani afirma que "pessoas se esfaqueiam", mas também diz nunca ter sofrido nada.
"O toque de recolher é perigoso, porque pode fazer com que essas pessoas [estrangeiros] se voltem contra nós", declara.
"O problema das drogas existe em todo lugar e pode ser controlado de outras formas. O toque de recolher é uma declaração de impotência do poder público", afirma a professora Antonella Fermi, 57, que mora perto e diz frequentar a Quarenghi "tranquilamente".
Comerciantes ouvidos pela reportagem demonstram indignação e não descartam a possibilidade de deixar a cidade e a Itália.
"Fazer isso [toque de recolher] por causa de três ou quatro traficantes é uma maldade. Faturo 500 por dia; hoje, vendi 100. Serei obrigada a fechar o estabelecimento", afirma a equatoriana Mara Canela, 45, há 15 em Bergamo, e há sete dona de um mercadinho na rua Quarenghi.
(RS)


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