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Moradores
temem ser alvo
de represálias
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
EM BERGAMO
Independentemente do
apoio ou não à administração, moradores da rua Quarenghi temem que a medida
acabe se voltando contra
eles próprios.
É o caso de Ettore Chiorda, 79, e Giovanni Marzani,
75, vizinhos num edifício
nessa rua há 40 anos, que
declaram ter votado no
atual prefeito.
"Estou e não estou de
acordo [com as novas medidas]. A situação piorou muito aqui", diz Chiorda, que
conta ter dificuldades para
dormir com o barulho à noite, mas nunca viu assaltos
ou agressões na rua.
Marzani afirma que "pessoas se esfaqueiam", mas
também diz nunca ter sofrido nada.
"O toque de recolher é perigoso, porque pode fazer
com que essas pessoas [estrangeiros] se voltem contra
nós", declara.
"O problema das drogas
existe em todo lugar e pode
ser controlado de outras formas. O toque de recolher é
uma declaração de impotência do poder público",
afirma a professora Antonella Fermi, 57, que mora perto e diz frequentar a Quarenghi "tranquilamente".
Comerciantes ouvidos
pela reportagem demonstram indignação e não descartam a possibilidade de
deixar a cidade e a Itália.
"Fazer isso [toque de recolher] por causa de três ou
quatro traficantes é uma
maldade. Faturo 500 por
dia; hoje, vendi 100. Serei
obrigada a fechar o estabelecimento", afirma a equatoriana Mara Canela, 45, há
15 em Bergamo, e há sete
dona de um mercadinho na
rua Quarenghi.
(RS)
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