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VENEZUELA EM CRISE
Líder sindical diz que greve geral passará de "passiva" para "ativa" e volta a atacar Brasil por envio de gasolina
Oposição a Chávez promete "radicalizar" protestos
DA REDAÇÃO
A oposição ao presidente venezuelano, Hugo Chávez, promete
"radicalizar" seus protestos, "se
necessário". Segundo Carlos Ortega, presidente da CTV (Confederação dos Trabalhadores da
Venezuela), um dos organizadores da greve geral iniciada no dia
2, o movimento passaria de "passivo" a "ativo". Ele não detalhou
como seria essa radicalização. "Isso é uma estratégia, e as estratégias não são ditas", afirmou.
A paralisação continua afetando significativamente a indústria
petrolífera, a principal do país. A
Venezuela é o quinto maior produtor mundial do petróleo, produto responsável por 80% de suas
exportações.
Com a expectativa gerada pelo
envio, anteontem, de um navio
com 520 mil barris de gasolina (o
suficiente para o consumo de dois
dias do país), pela Petrobras, muitos venezuelanos correram ontem
aos postos de gasolina, aumentando ainda mais as já longas filas
à espera de abastecimento. Também faltam alimentos e outros
produtos.
O envio do combustível pelo
Brasil gerou críticas da oposição
venezuelana, que acusou o governo brasileiro de "intromissão" em
assuntos internos do país.
Ortega voltou a atacar ontem o
presidente eleito Luiz Inácio Lula
da Silva. "Acho que ele está muito
mal assessorado, só escutou uma
versão com relação à crise venezuelana", disse. O pedido de envio
de gasolina havia sido feito por
Chávez na semana passada a
Marco Aurélio Garcia, enviado
especial de Lula a Caracas.
Lula e Garcia negam intromissão e parcialidade na crise no país.
Os grevistas dizem que manterão a paralisação até a renúncia de
Chávez, cujo mandato vence em
2007, e a convocação de eleições.
O Colégio de Oficiais da Marinha Mercante venezuelana anunciou ontem a implementação de
um "plano de contingência" para
evitar que o governo continue a
retomar os navios petroleiros tomados pelos grevistas. A entidade
pretendia entrar com um pedido
na Justiça para evitar a ação do
governo, argumentando que a
movimentação das embarcações
por pessoal não treinado poderia
colocar em risco sua segurança.
Após o anúncio, centenas de simpatizantes de Chávez se concentraram em frente ao Supremo Tribunal, em Caracas, para protestar
contra a ação dos marinheiros.
O embaixador dos EUA em Caracas, Charles Shapiro, disse ontem ver "cada vez mais possibilidade" de violência no país.
Com agências internacionais
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