São Paulo, sábado, 28 de dezembro de 2002

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Conflito já matou mais de 50 mil e continua intenso

DA REDAÇÃO

O governo da Tchetchênia foi instaurado por Moscou com a suposta missão de normalizar a situação na república separatista, mas seus membros são considerados pelos rebeldes tchetchenos como "traidores" e "títeres" dos russos.
O atual chefe do governo tchetcheno, Akhmad Kadyrov, estava do lado dos separatistas na primeira guerra entre a Rússia e a Tchetchênia (1994-1996), mas foi nomeado administrador da república em 2000, após a intervenção militar russa iniciada em 1999.
A normalização proposta pelo Kremlin -sem que houvesse uma negociação com os separatistas- prevê um referendo sobre a nova Constituição tchetchena em março e eleições presidenciais e legislativas no final de 2003.
A Tchetchênia, de maioria muçulmana, é formalmente uma república russa. A partir de 1991, com o fim da União Soviética, ganhou força o movimento separatista na região.
Em 1994, a Rússia decidiu intervir para impedir a independência da região, rica em petróleo. Mas, após 21 meses de conflito e mais de 40 mil mortos, as forças russas acabaram se retirando e Moscou foi obrigado a aceitar um acordo de paz que concedeu ampla autonomia à Tchetchênia.
Em 1999, após a invasão da república vizinha do Daguestão por rebeldes tchetchenos e uma série de atentados terroristas na Rússia (cuja autoria até hoje não foi esclarecida), o então primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, ordenou nova ofensiva militar.
Apoiados por intenso bombardeio aéreo, milhares de soldados russos conquistaram Grozni e derrubaram o governo independentista. A popularidade de Putin, um político pouco conhecido apadrinhado pelo então presidente Boris Ieltsin, explodiu e, em 2000, ele foi eleito presidente da Rússia.
Desde então, o conflito continua. Segundo organizações de defesa dos direitos humanos, cerca de 5.000 militares russos e mais de 50 mil tchetchenos (a maioria civil) já morreram.


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