|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Washington culpa Hamas por violência
EUA pedem que Israel "evite" baixas civis durante operação em Gaza, mas dizem que conflito só acabará com fim de disparos do Hamas
Rússia e União Européia, por sua vez, exortam fim de ataques de ambos lados; países árabes fazem reunião emergencial hoje no Cairo
DA REDAÇÃO
Os EUA responsabilizaram
ontem o Hamas pelo recrudescimento da violência em Gaza e
instaram Israel a evitar vítimas
civis na operação militar, sem
no entanto pedir o fim dos ataques. Israel diz que seu principal alvo é a infra-estrutura do
grupo radical palestino.
Tradicional aliado de Israel,
Washington disse que, para que
a violência acabe, o Hamas
-considerado pelos EUA um
grupo terrorista- deve parar
com os disparos de foguetes
contra o território israelense.
"Os EUA condenam fortemente os repetidos ataques de
foguetes e morteiros contra Israel e consideram o Hamas responsável pelo fim do cessar-fogo e pela retomada da violência
em Gaza", afirmou em nota a
secretária de Estado americana, Condoleezza Rice.
"O cessar-fogo deve ser restaurado imediatamente. Os
EUA pedem a todos os envolvidos que atentem para as necessidades humanitárias urgentes
do povo inocente de Gaza", diz
ainda a nota.
O porta-voz do Conselho de
Segurança Nacional, Gordon
Johndroe, afirmou que cabe ao
Hamas pôr fim à violência. "Os
contínuos ataques com foguetes do Hamas devem cessar se
querem acabar com a violência.
O Hamas deve pôr fim a suas
atividades terroristas se quer
ter um papel no futuro do povo
palestino."
"Os EUA instam Israel a evitar a morte de civis ao bombardear o Hamas em Gaza", acrescentou.
Em férias no Havaí, o presidente eleito dos EUA, Barack
Obama, disse por meio de um
porta-voz que está monitorando os eventos globais, incluindo
a situação em Gaza, mas que
"há um só presidente por vez".
O presidente palestino, Mahmoud Abbas, qualificou a operação de "criminosa" e pediu a
intervenção da comunidade internacional. Abbas afirmou ter
iniciado "contatos urgentes"
com diversos países, com o objetivo de impedir que os ataques continuem.
A União Européia e a Rússia
pediram a interrupção imediata tanto dos disparos de foguetes pelos palestinos quanto dos
bombardeios israelenses.
Nicolas Sarkozy, presidente
da França -país que está na
Presidência temporária da
UE-, condenou em nota "as
provocações irresponsáveis
que conduziram a essa situação", bem como o "uso desproporcional da força". "Não existe
uma solução militar para Gaza", acrescentou.
O chefe de política externa da
UE, Javier Solana, pediu um
"cessar-fogo imediato" na região. Solana afirmou que "é
preciso fazer o necessário para
renovar a trégua" -que expirou em 19 de novembro. O Reino Unido pediu "máxima contenção" aos dois lados.
Reação árabe
O mundo árabe e muçulmano reagiu em peso contra o ataque israelense. A Liga Árabe fará uma reunião em Doha na
próxima quinta para examinar
o caso. E o rei Abdullah 2º, da
Jordânia, contatou líderes da
região para "lançar uma iniciativa árabe e internacional para
pôr fim à agressão israelense".
O Egito, que mediou a última
trégua entre israelenses e palestinos, condenou os bombardeios e, em protesto, convocou
seu embaixador em Israel.
Em nota, o Cairo disse que
vai continuar tentando mediar
a paz entre os dois lados. O texto afirma ainda que o Egito havia alertado Israel para as "graves conseqüências" de atacar a
faixa de Gaza e apelado aos grupos palestinos para que restaurassem a trégua.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Artigo: Falta um plano para lidar com Hamas Próximo Texto: Árabes israelenses protestam Índice
|