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ORIENTE MÉDIO
Grupo terrorista palestino ganha maioria nos Legislativos municipais; Israel reduz suas operações militares
Hamas mostra força com vitória eleitoral em Gaza
DO "INDEPENDENT"
O grupo terrorista Hamas conseguiu anteontem uma importante vitória em eleições locais realizadas na faixa de Gaza, dando
uma demonstração de força no
âmbito municipal, além de aplicar um golpe no Fatah - partido
do presidente palestino, Mahmoud Abbas. Centenas de palestinos marcharam em Gaza para celebrar a vitória dos candidatos do
movimento radical, responsável
por dezenas de atentados terroristas contra Israel e que prega a
criação de um Estado islâmico.
De acordo com estimativas, o
Hamas obteve 75 cadeiras de um
total de 118 que estavam em jogo
na disputa por vagas em conselhos palestinos. De dez cidades
onde foram eleitos os conselhos
(espécie de câmara de vereadores), sete ficaram sob controle do
Hamas.
A vitória do Hamas não reflete
necessariamente um forte apoio
da população palestina às ações
terroristas do grupo. Muitos palestinos apóiam o Hamas porque
o braço social da organização financia hospitais, escolas e creches. O Fatah, que conseguiu 39
cadeiras, é visto por parte da população palestina como um partido corrupto.
Vitorioso em Gaza e com bom
desempenho nas eleições locais
na Cisjordânia -onde o Fatah se
saiu melhor-, o Hamas boicotou
a eleição presidencial palestina.
Para o analista político palestino Hani Habib, isso não significa
que o Hamas aumentará a sua
oposição ao presidente palestino.
Ao contrário, o grupo pode se
sentir mais a vontade para partir
para o campo político, deixando
de lado a violência e aceitando
uma trégua.
Opinião semelhante tem o governo israelense. Raanan Gissin,
porta-voz do premiê Ariel Sharon, disse: "As eleições podem ter
um efeito positivo. Pode ser um
incentivo para o fim do terrorismo. Agora o Hamas precisa cumprir as suas promessas e melhorar
as condições de vida dos palestinos. Não é possível tomar decisões e ao mesmo tempo manter
atividades terroristas". Um dos
objetivos do presidente da ANP
(Autoridade Nacional Palestina),
Mahmoud Abbas, é justamente
trazer para o campo político palestino o Hamas e outros grupos
terroristas.
Em mais um desdobramento
positivo para as iniciativas de paz,
Israel anunciou ontem que suspenderá suas ações em áreas controladas pelas forças palestinas na
faixa de Gaza e as reduzirá substancialmente na Cisjordânia em
resposta aos esforços de Abbas
para impedir os ataques contra israelenses.
A decisão de Israel é uma demonstração de confiança do governo do premiê Ariel Sharon em
Abbas, que, na última semana,
mobilizou mais de 3.000 integrantes das forças de segurança palestinas para a fronteira entre Gaza e
Israel. A ANP negocia com os grupos terroristas palestinos um cessar-fogo.
A trégua ainda não foi anunciada formalmente, mas, nos últimos dias, não houve episódios de
violência. Tanto Israel quanto os
grupos palestinos deram indicações de que um cessar-fogo temporário será implementado.
As forças palestinas também foram mobilizadas ontem para o sul
da faixa de Gaza, considerada
uma zona mais volátil, onde se localizam os campos de refugiados
de Rafah e Khan Younis.
O comando militar israelense
informou em comunicado: "Operações pró-ativas do Exército em
Gaza serão suspensas nos locais
onde as forças de segurança palestinas foram mobilizadas". Acrescenta que "as ações do Exército
contra terroristas na Cisjordânia
ocorrerão apenas se houver
ameaça de células terroristas".
Com agências internacionais
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