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Bush discutirá "escudo" com os russos
Presidente conversa com Putin sobre sistema antimísseis; Pentágono fala em "colaboração", mas Rússia teme ser alvo
Segundo EUA, radar na
República Tcheca e mísseis
na Polônia visam proteger Leste Europeu de possíveis
ataques de potências hostis
DA REDAÇÃO
O presidente americano,
George W. Bush, tomou ontem
a iniciativa de telefonar ao presidente russo, Vladimir Putin,
para informá-lo -segundo a
versão dada em Moscou- de
que estava disposto a abrir discussões sobre o controvertido
sistema de escudo antimísseis.
O dispositivo de defesa tem
envenenado o clima bilateral. A
Rússia se sente ameaçada por
algo que, na versão dos Estados
Unidos, visa proteger o Leste
Europeu de países como a Coréia do Norte e o Irã.
O responsável por programas
de mísseis no Pentágono,
Henry Obering, disse que Washington "está aberto à colaboração com os russos, no mais
amplo sentido da palavra".
O escudo antimísseis consiste numa estação de radar X-Band, instalada na República
Tcheca e acoplada a dez silos de
lançamento de mísseis em território polonês. Os pequenos
foguetes de 75 quilos, desprovidos de ogivas, seriam utilizados
para interceptar mísseis hostis.
Segundo ainda os americanos, o sistema será operacional
em 2012, três anos antes que o
Irã esteja capacitado a lançar
mísseis de médio alcance.
Objeções da Alemanha
O fato de o mecanismo de defesa deixar a Rússia irritada
provocou objeções da Alemanha, que teme o retorno a um
clima de Guerra Fria. O ministro do Exterior, Frank-Walter
Steinmeier, no exercício da
presidência rotativa da União
Européia e do G8 (países mais
industrializados), exortou os
EUA a medir os custos políticos
e diplomáticos do projeto, antes de levá-lo adiante.
Ontem, em Praga, o primeiro-ministro tcheco, Mirek Topolanek, deu o sinal verde ao
projeto, mas disse que um acordo definitivo dependia de aprovação parlamentar, o que provavelmente não ocorrerá antes
de dezembro.
Otan está excluída
Teoricamente, o sistema de
defesa poderia ser instalado como uma ferramenta suplementar da Otan, a aliança militar da
Europa e América do Norte, integrada por 26 países.
Mas a solução é descartada
pelos Estados Unidos, disse
terça-feira Brian Green, um
dos secretários assistentes do
Pentágono, porque a Otan exige que as decisões estratégicas
sejam tomadas pela unanimidade de seus membros, o que
desencadearia um processo interminável de debates parlamentares.
Com agências internacionais
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