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São Paulo, quinta-feira, 29 de maio de 2003

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IRAQUE OCUPADO

Premiê pede ao Irã e à Síria que não apóiem grupos terroristas nem interfiram no futuro dos iraquianos

Blair chega hoje a Basra; Kirkuk elege prefeito curdo

DA REDAÇÃO

Após passar pelo Kuait, o premiê Tony Blair desembarca hoje no sul do Iraque para uma rápida visita aos soldados britânicos na região, onde, segundo ele, a "vida começa a voltar ao normal".
Durante a viagem ao golfo Pérsico, o premiê ecoou acusações anteriores feitas pelos EUA, pedindo ao Irã e à Síria que "não apóiem grupos terroristas" nem interfiram no futuro do Iraque.
Dizendo-se otimista com a segurança no país -apesar dos incidentes e ataques em que morreram sete soldados dos EUA nesta semana-, Blair elogiou o desempenho de seus soldados durante a guerra e afirmou não haver planos para que eles dividam com os americanos o patrulhamento de Bagdá.
O premiê chegou ontem ao Kuait, onde agradeceria ao governo o apoio do país durante a guerra e discutiria o novo plano de paz para o Oriente Médio. Ainda hoje, ele segue para a Polônia -que a partir de julho comandará uma força internacional de paz com 7.500 soldados na região centro-sul do Iraque- e depois viaja à Rússia, finalizando o giro na cúpula do G-8 (grupo dos oito países mais ricos do mundo mais a Rússia) em Evian (França).

Armas iraquianas
Blair disse acreditar que as supostas armas de destruição em massa mantidas pelo Iraque, cuja existência serviu de justificativa para a invasão anglo-americana, serão achadas. A CIA (serviço secreto americano) anunciou ontem estar convicta de que dois traileirs-laboratórios encontrados no norte do Iraque foram usados na manipulação de armas biológicas, embora não tenha determinado quando. Os trailers estavam vazios.
O subsecretário da Defesa dos EUA, Paul Wolfowitz, afirmou que a decisão de enfatizar a ameaça representada pelas supostas armas iraquianas ao justificar a guerra foi "burocrática".
"Por razões burocráticas, nos concentramos em uma questão, as armas, porque todos poderiam concordar a respeito", disse o secretário em uma entrevista à revista "Vanity Fair" a ser publicada em julho. Entretanto, dentro do Conselho de Segurança da ONU, não houve consenso sobre as armas -França, Alemanha, Rússia e China defendiam mais tempo para que os inspetores da ONU verificassem sua existência.
Na terça-feira, o secretário da Defesa, Donald Rumsfeld, admitira a possibilidade de o Iraque ter destruído as armas antes da guerra começar.
Soldados americanos na capital detiveram ontem o diplomata palestino Najah Abdul Rahman e quatro funcionários da embaixada palestina em Bagdá, acusando-os de manter armas ilegais -o que Rahman negou.
Os EUA instituíram uma nova política de porte de armas no Iraque para restringir o arsenal da população, mas há um prazo até 14 de junho para a entrega das armas pesadas e automáticas.

Kirkuk
No norte do país, o advogado curdo Abdulrahman Mustafa foi eleito indiretamente prefeito de Kirkuk. A cidade, dividida entre curdos, árabes, turcomanos e cristãos e um dos principais pólos petroleiros iraquianos, é considerada pelos americanas um exemplo para o pós-guerra.


Com agências internacionais


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