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IRAQUE OCUPADO
Premiê pede ao Irã e à Síria que não apóiem grupos terroristas nem interfiram no futuro dos iraquianos
Blair chega hoje a Basra; Kirkuk elege prefeito curdo
DA REDAÇÃO
Após passar pelo Kuait, o premiê Tony Blair desembarca hoje
no sul do Iraque para uma rápida
visita aos soldados britânicos na
região, onde, segundo ele, a "vida
começa a voltar ao normal".
Durante a viagem ao golfo Pérsico, o premiê ecoou acusações
anteriores feitas pelos EUA, pedindo ao Irã e à Síria que "não
apóiem grupos terroristas" nem
interfiram no futuro do Iraque.
Dizendo-se otimista com a segurança no país -apesar dos incidentes e ataques em que morreram sete soldados dos EUA nesta
semana-, Blair elogiou o desempenho de seus soldados durante a
guerra e afirmou não haver planos para que eles dividam com os
americanos o patrulhamento de
Bagdá.
O premiê chegou ontem ao
Kuait, onde agradeceria ao governo o apoio do país durante a guerra e discutiria o novo plano de paz
para o Oriente Médio. Ainda hoje,
ele segue para a Polônia -que a
partir de julho comandará uma
força internacional de paz com
7.500 soldados na região centro-sul do Iraque- e depois viaja à
Rússia, finalizando o giro na cúpula do G-8 (grupo dos oito países mais ricos do mundo mais a
Rússia) em Evian (França).
Armas iraquianas
Blair disse acreditar que as supostas armas de destruição em
massa mantidas pelo Iraque, cuja
existência serviu de justificativa
para a invasão anglo-americana,
serão achadas. A CIA (serviço secreto americano) anunciou ontem estar convicta de que dois
traileirs-laboratórios encontrados no norte do Iraque foram usados na manipulação de armas
biológicas, embora não tenha determinado quando. Os trailers estavam vazios.
O subsecretário da Defesa dos
EUA, Paul Wolfowitz, afirmou
que a decisão de enfatizar a ameaça representada pelas supostas armas iraquianas ao justificar a
guerra foi "burocrática".
"Por razões burocráticas, nos
concentramos em uma questão,
as armas, porque todos poderiam
concordar a respeito", disse o secretário em uma entrevista à revista "Vanity Fair" a ser publicada
em julho. Entretanto, dentro do
Conselho de Segurança da ONU,
não houve consenso sobre as armas -França, Alemanha, Rússia
e China defendiam mais tempo
para que os inspetores da ONU
verificassem sua existência.
Na terça-feira, o secretário da
Defesa, Donald Rumsfeld, admitira a possibilidade de o Iraque ter
destruído as armas antes da guerra começar.
Soldados americanos na capital
detiveram ontem o diplomata palestino Najah Abdul Rahman e
quatro funcionários da embaixada palestina em Bagdá, acusando-os de manter armas ilegais -o
que Rahman negou.
Os EUA instituíram uma nova
política de porte de armas no Iraque para restringir o arsenal da
população, mas há um prazo até
14 de junho para a entrega das armas pesadas e automáticas.
Kirkuk
No norte do país, o advogado
curdo Abdulrahman Mustafa foi
eleito indiretamente prefeito de
Kirkuk. A cidade, dividida entre
curdos, árabes, turcomanos e
cristãos e um dos principais pólos
petroleiros iraquianos, é considerada pelos americanas um exemplo para o pós-guerra.
Com agências internacionais
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