São Paulo, segunda-feira, 29 de junho de 2009

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Prévia uruguaia tem baixo comparecimento

Consulta, facultativa, escolhe os candidatos para a sucessão do presidente Tabaré Vázquez em outubro

DA REDAÇÃO

As prévias para a escolha dos candidatos à Presidência do Uruguai ontem foram marcadas pelo baixo comparecimento. Segundo a Corte Eleitoral, até as 18h apenas 37% dos 2,6 milhões de uruguaios aptos a escolher seus postulantes à sucessão do presidente Tabaré Vázquez haviam votado. O voto na consulta é facultativo.
Pesquisa de boca de urna divulgada após o encerramento da votação indicava que o ex-ministro da Pecuária e Agricultura de Vázquez José Mujica obteve entre 53% e 57% dos votos para ser o candidato da governista FA (Frente Ampla).
Pela principal legenda da oposição, o PN (Partido Nacional), o ex-presidente (1990-95) Luis Alberto Lacalle tinha entre 53% e 58% dos votos. Os uruguaios escolheram entre 17 pré-candidatos, de oito siglas.
O baixo comparecimento frustra as expectativas das autoridades uruguaias, que esperavam que mais de 50% dos aptos a votar fossem às urnas. Segundo a Corte Eleitoral, o mau tempo por todo o país prejudicou a votação. A eleição presidencial, e para o Congresso, se realizará no dia 25 de outubro.
Vázquez, o primeiro presidente de esquerda da história do Uruguai, chega ao final do mandato bem avaliado -pesquisas recentes davam aprovação de mais de 60% ao mandatário-, mas não deve emplacar seu escolhido para o pleito.
O presidente, que deixou o Partido Socialista, da FA, no ano passado depois de polêmica sobre a descriminalização do aborto, apontou seu ex-ministro da Economia Danilo Astori para concorrer à sua sucessão pela coalizão governista.
Astori é considerado o arquiteto da franca recuperação econômica do Uruguai dos últimos anos, que junto com a rede de proteção social tornou-se pilar do apoio ao governo Vázquez. Ele obteve entre 34% e 38% dos votos, segundo a boca de urna.
Já Mujica, um ex-guerrilheiro do Movimento Tupamaro que foi preso por vários anos durante o regime militar (1973-85), é popular entre os estratos sociais mais baixos convertidos ao governismo recentemente, mas visto com desconfiança entre setores empresariais.
"Tenho o carinho das pessoas mais humildes, que têm muitas expectativas", disse Mujica após votar. O ex-guerrilheiro prometeu durante a campanha anunciar, caso seja escolhido pela FA, sua equipe econômica em 15 dias e acena com nomes ligados a Astori.
"Amanhã temos que começar a pensar no outro grande objetivo da FA, que é ganhar as eleições", disse Astori ao deixar sua seção eleitoral. Partidários de Mujica denunciaram falta de cédulas e "irregularidades" em várias das seções eleitorais.


Com agências internacionais


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