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Irã diz só voltar a negociar em agosto
Mahmoud Ahmadinejad condiciona, porém, conversas sobre impasse nuclear à integração de Brasil e Turquia
Segundo o presidente do Irã, intervalo para volta ao diálogo é "punição" a Ocidente por aprovar as novas sanções na ONU
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, se disse
ontem preparado para reatar
conversas nucleares no final
de agosto, apesar das novas
sanções na ONU. Mas condicionou a retomada à integração do Brasil e da Turquia.
Segundo o iraniano, a postergação em dois meses da
volta à mesa de negociações
é "punição" às potências pela aprovação da quarta rodada de sanções contra Teerã
no Conselho de Segurança.
"Chamamos isso de mau
comportamento", disse o iraniano a jornalistas na capital
do Irã. "É um castigo para puni-las de maneira que aprendam como se comportar em
um diálogo com esta nação."
Ahmadinejad afirmou que
a base das negociações deverá ser a proposta de acordo
obtida no mês passado após
intervenção brasileiro-turca.
A proposta, que prevê o
envio de urânio pouco enriquecido à Turquia e o recebimento do material enriquecido a 20% -próprio para uso
medicinal- num ano, se baseia em acordo delineado pelo Ocidente no ano passado.
Mas o texto foi rejeitado
pelos EUA e aliados, que lideraram as gestões pelas novas
sanções da ONU. As potências temem que o programa
nuclear iraniano possua fins
militares -o que o Irã nega.
BRASIL E TURQUIA
O presidente do Irã cobrou
ainda a inclusão dos governos do Brasil e da Turquia no
grupo que negocia uma solução para o impasse nuclear,
hoje formado por EUA, França e Rússia (Grupo de Viena)
-aos quais se somam China,
Rússia e Alemanha no P5+1.
Para ele, os aliados -que
votaram contra as sanções-
são países independentes e
creem em justiça e respeito.
O iraniano também cobrou do Ocidente esclarecimentos de sua posição sobre
o arsenal nuclear de Israel, o
desarmamento nuclear global e se irá às negociações como amigo ou inimigo do Irã.
Ontem, duas empresas de
petróleo ocidentais -a francesa Total e a espanhola Repsol- anunciaram a suspensão dos negócios mantidos
no Irã, nos primeiros desdobramentos das novas sanções aplicadas contra o país.
Além da punição da ONU,
medidas adicionais e ainda
mais duras já foram aprovadas pelo Congresso dos EUA,
e o mesmo deve ocorrer em
um mês na União Europeia.
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