Para Anistia Internacional, preocupação com segurança piorou direitos humanos

DO "FINANCIAL TIMES", EM PEQUIM

Dois grupos de pressão internacionais acusaram a China ontem de não ter cumprido as promessas que fez em matéria de direitos humanos e ambiente ao conquistar o direito de organizar os Jogos Olímpicos de 2008.
A Anistia Internacional afirmou que a preocupação do governo chinês com a segurança e a estabilidade, no período que antecedeu os jogos, havia contribuído para uma deterioração, em lugar de uma melhora, na situação de direitos humanos no país.
Ao mesmo tempo, a organização ambiental Greenpeace disse que, enquanto Pequim havia realizado a maior parte das metas ambientais não compulsórias que anunciou quando se candidatou a sediar os jogos, havia fracassado em atingir objetivos quanto à melhora na qualidade do ar da cidade e no combate à escassez de água.
"A qualidade de ar que temos agora não é aquela que o mundo esperaria de uma cidade-sede olímpica", afirmou Lo Sze-ping, que é diretor de campanha da Greenpeace China, ontem em Pequim.
Os organizadores da Olimpíada em Pequim informaram a jornalistas no domingo que haviam cumprido todas as promessas feitas. A Anistia Internacional, porém, insiste em que autoridades chinesas reforçaram o uso de práticas abusivas de detenção administrativa e mantiveram pressão constante sobre os ativistas dos direitos humanos e a censura à imprensa e à internet.
Mark Allison, pesquisador da Anistia Internacional, disse que "os esforços da polícia para limpar Pequim removeram ativistas dos direitos humanos".


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