São Paulo, quinta-feira, 29 de agosto de 2002

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Derrubar Saddam é prioridade americana

DA REDAÇÃO

Os Estados Unidos pretendem depor o ditador iraquiano, Saddam Hussein, ainda que ele permita a entrada de inspetores da ONU no país, afirmou ontem uma autoridade americana. "A mudança de regime é mais importante do que a inspeção de armas", disse a autoridade em condição de anonimato.
O vice-presidente dos EUA, Dick Cheney, já havia dito anteontem que a volta da inspeção da ONU não é suficiente para combater a "ameaça iraquiana".
Já o secretário da Defesa, Donald Rumsfeld, comparou Saddam ao líder nazista Adolf Hitler para justificar um possível ataque. Segundo Rumsfeld, o presidente dos EUA, George W. Bush, está agindo de maneira similar ao premiê britânico Winston Churchill nos anos 30.
"Os países europeus esperaram ser atacados [pelos nazistas] para aceitar que Churchill estava certo. Talvez aquela voz solitária expressando preocupação [em relação a Hitler] fosse a correta. É menos importante ter unanimidade do que fazer a coisa certa", disse.
E acrescentou: "Quando nosso país faz o julgamento certo e toma as decisões corretas, os demais países cooperam".
O Departamento de Estado dos EUA, comandado por Colin Powell, afirmou que Bush ainda não decidiu se atacará o Iraque. Porém analistas dizem que o pensamento de Bush está mais próximo do de Cheney e de Rumsfeld.

Turquia e China
Cresce a oposição externa a uma possível ação dos EUA. Ontem foi a vez da Turquia e da China se manifestarem contra um ataque ao Iraque.
O primeiro-ministro turco, Bulent Ecevit, disse que seu país já informou à Casa Branca que considera equivocada uma ação militar contra o Iraque. A Turquia é um dos países mais estratégicos para uma operação militar americana no Oriente Médio. Além de ser um dos principais aliados dos EUA na região, é membro da Otan (aliança militar ocidental) e faz fronteira com o Iraque.
A China, que integra o Conselho de Segurança da ONU, afirmou que o Iraque deveria aceitar os inspetores da ONU, mas disse que a força não é a saída para resolver o impasse. "Usar a força ou ameaçar de usar a força é inútil para resolver o problema do Iraque. Irá apenas aumentar a instabilidade e a tensão na região", disse o ministro das Relações Exteriores da China, Tang Jiaxuan Tang, após se reunir com o chanceler iraquiano, Naji Sabr, em Pequim.


Com agências internacionais


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