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São Paulo, sexta-feira, 29 de agosto de 2003

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ARGENTINA

Decisão, em caso de venda de armas para a Croácia e o Equador, beneficia ainda Cavallo

Menem tem acusação de contrabando retirada

ELAINE COTTA
DE BUENOS AIRES

A Justiça argentina retirou formalmente ontem as acusações contra o ex-presidente do país Carlos Menem (1989-99), segundo as quais ele teria envolvimento com contrabando de armas.
A decisão favoreceu ainda o ex-ministro da Economia Domingo Cavallo. Os dois eram investigados por participação na venda ilegal de armas para a Croácia e o Equador, entre 1991 e 1995.
O juiz argentino Julio Speroni declarou "falta de mérito" às acusações contra Cavallo e Menem, mas confirmou que o ex-ministro da Defesa Oscar Camilión e o ex-vice-chanceler Juan Carlos Olima continuarão sendo investigados.
Segundo as acusações, seis barcos com bandeira croata deixaram Buenos Aires com 6.500 toneladas de armamentos entre 1991 e 1995, para serem usados nos conflitos separatistas na então Iugoslávia, da qual fazia parte a Croácia. Oficialmente, a remessa era para a Bolívia e o Panamá. A venda à Croácia era proibida pelo embargo da ONU à Iugoslávia.
Em 1995, foi simulada outra remessa, para a Venezuela, mas acabou desviada para o Equador, então em conflito de fronteira com o Peru. O armamento (5.000 fuzis e 75 toneladas de munição) foi levado em quatro aviões, que, na volta, fizeram uma escala em Caracas (Venezuela), para não levantar suspeitas. As vendas haviam sido autorizadas por decretos assinados por Menem e por vários de seus ministros, entre eles Cavallo.
As investigações chegaram a resultar na prisão domiciliar de Menem por cinco meses em 2001. Ele era acusado de ser o suposto chefe da operação de contrabando. O ex-presidente foi liberado por uma decisão da Corte Suprema de Justiça. Cavallo também ficou preso por dois meses em 2002.
O caso envolveu ainda o ex-cunhado de Menem Emir Yoma e o ex-chefe do Exército Martín Balza, recentemente nomeado embaixador argentino na Colômbia.


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