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ARGENTINA
Decisão, em caso de venda de armas para a Croácia e o Equador, beneficia ainda Cavallo
Menem tem acusação de contrabando retirada
ELAINE COTTA
DE BUENOS AIRES
A Justiça argentina retirou formalmente ontem as acusações
contra o ex-presidente do país
Carlos Menem (1989-99), segundo as quais ele teria envolvimento
com contrabando de armas.
A decisão favoreceu ainda o ex-ministro da Economia Domingo
Cavallo. Os dois eram investigados por participação na venda ilegal de armas para a Croácia e o
Equador, entre 1991 e 1995.
O juiz argentino Julio Speroni
declarou "falta de mérito" às acusações contra Cavallo e Menem,
mas confirmou que o ex-ministro
da Defesa Oscar Camilión e o ex-vice-chanceler Juan Carlos Olima
continuarão sendo investigados.
Segundo as acusações, seis barcos com bandeira croata deixaram Buenos Aires com 6.500 toneladas de armamentos entre
1991 e 1995, para serem usados
nos conflitos separatistas na então
Iugoslávia, da qual fazia parte a
Croácia. Oficialmente, a remessa
era para a Bolívia e o Panamá. A
venda à Croácia era proibida pelo
embargo da ONU à Iugoslávia.
Em 1995, foi simulada outra remessa, para a Venezuela, mas acabou desviada para o Equador, então em conflito de fronteira com o
Peru. O armamento (5.000 fuzis e
75 toneladas de munição) foi levado em quatro aviões, que, na volta, fizeram uma escala em Caracas
(Venezuela), para não levantar
suspeitas. As vendas haviam sido
autorizadas por decretos assinados por Menem e por vários de
seus ministros, entre eles Cavallo.
As investigações chegaram a resultar na prisão domiciliar de Menem por cinco meses em 2001. Ele
era acusado de ser o suposto chefe
da operação de contrabando. O
ex-presidente foi liberado por
uma decisão da Corte Suprema de
Justiça. Cavallo também ficou
preso por dois meses em 2002.
O caso envolveu ainda o ex-cunhado de Menem Emir Yoma e o
ex-chefe do Exército Martín Balza, recentemente nomeado embaixador argentino na Colômbia.
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